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domingo, 9 de abril de 2023

Pela 1ª vez USP terá mulher trans como professora na Escola de Comunicações

A professora é a primeira mulher trans a ocupar um assento de docente na Escola de Comunicação da USP
Foto: Divulgação/USP
Dodi quer buscar em suas aulas na pós de Artes Cênicas mudar a perspectiva sobre histórias de pessoas transexuais.
Marco para a população LGBTQIAP+ brasileira! A Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) terá, pela primeira vez na história da instituição, uma professora trans para dar aulas na pós-graduação. Por Newton Assis / SNB

Dodi Leal é doutora em psicologia social pelo Instituto de Psicologia da USP, performer, pesquisadora em Artes Cênicas, iluminadora cênica e foi convidada para lecionar no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da universidade.

Começando a atuar no primeiro semestre de 2023, Dodi afirmou que o momento é histórico! “Lecionar na USP é um marco de reconhecimento do meu trabalho no Sul da Bahia e também na cena artística trans brasileira”, disse.

Ocupando espaços
Além da novidade, a professora trans é efetiva como docente na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Para ela, ser a primeira mulher travesti a estar num curso de pós-graduação em artes no Brasil é uma inversão de valores.

“Para a sociedade, representa uma inversão da lógica do lugar que uma travesti pode ocupar”, comentou ela.

Dodi contou que acredita que assumir esse papel de professora na USP é dizer para a sociedade como um todo que mulheres trans e travestis podem ocupar os espaços que quiserem.

“Sou a primeira pessoa trans a se efetivar no ensino superior público de artes do mundo, isso sempre foi uma denúncia, porque só agora, e ainda apenas uma”, questionou.

Trans na universidade
Uma inquietação da professora é ver tão poucas pessoas trans ascendendo ao ensino superior no país. Mais difícil ainda é ver essa minoria nos quadros de docentes das instituições.

Na opinião de Dodi, os poucos professores transexuais nesses espaços mostram ainda um cenário que exclui e marginaliza a população.

“É preciso que universidades grandes como a USP tenham pessoas trans no seu quadro docente”, disse a professora.

Para isso, ela busca agora mostrar a travestilidade através de suas aulas, na tentativa de dar um outro olhar para a questão.

Responsável pela disciplina ‘Fabulações Travestis sobre o Fim’, a professora trans quer explorar “práticas performativas e corporalidades na cena, além de ser baseada em referências de temporalidades nas artes cênicas”. Com informações de A Tarde e Diário do Centro do Mundo.

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