Desconhecimento a respeito da enfermidade é maior na faixa etária entre os 18 e os 24 anos
A Clamídia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais disseminada no mundo. A referida entidade estima, inclusive, que são 131 milhões de pessoas contaminadas pela doença a cada ano. Os números preocupam principalmente porque é comum ela não apresentar sintoma algum e, não sendo tratada de maneira adequada, tal enfermidade pode trazer diversas consequências, como danos severos à fertilidade de homens e mulheres.
No Brasil, não existem dados epidemiológicos a respeito da Clamídia, pois ela não é uma doença de notificação obrigatória, mas, as informações mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC/2017), mostraram que a maioria dos casos se dá entre 15 e 24 anos. Por outro lado, uma pesquisa mais antiga, feita em 2011, pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, mostrou que cerca de 10% das jovens, nessa mesma faixa etária, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foram identificadas com a enfermidade.
Relacionado a isso, o último estudo feito pela Famivita apontou justamente que, em especial as pessoas mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, desconhecem a existência da doença, com 52% respondendo negativamente. Nessa mesma faixa etária, 78% disseram também que nunca fizeram um exame para saber se têm Clamídia.
Por comparação, entre os 30 e 34 anos, por exemplo, 42% das pessoas entrevistadas ressaltaram nunca terem ouvido falar a respeito da doença. Interessante mencionar que o índice de pessoas que já receberam um exame positivo para Clamídia convergiu para a faixa etária dos 45 aos 49 anos, com 30%. Além disso, os exames que retornaram positivamente, relativos às pessoas entrevistadas, em geral, foi de 12%, sendo que 18% concentraram-se nos exames dos homens.
Comum no mundo, desconhecida das pessoas
O período de incubação da bactéria — tempo do contágio até o surgimento dos sinais — dura de cinco a 14 dias. No entanto, conforme os especialistas, em cerca de 70% das vezes, eles não aparecem. Por isso, acredita-se que a disseminação da Clamídia é facilitada, afinal quando sentimos algum desconforto relacionado à saúde, a tendência é buscarmos ajuda profissional e o consequente tratamento. Por outro lado, não sabendo que está infectada, uma pessoa pode seguir transmitindo a doença em suas relações sexuais.
O diagnóstico da Clamídia é simples e está disponível no Sistema Único de Saúde, assim como o tratamento. A doença pode ser detectada por médicos em consultas clínicas, exames específicos e coletas de secreções genitais, e tratada com antibióticos. Não existe vacina para prevenir a Clamídia - ela pode ser evitada somente com o uso de preservativos.
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