Na foto, a advogada Luna Provázio aparece no aeroporto com as brasileiras que foram presas injustamente na Alemanha
Foto: Reprodução / redes sociais
Depois de 38 dias, as duas amigas brasileiras, presas injustamente na Alemanha, retornaram ao Brasil e já estão em Goiânia, onde moram. A veterinária Kátyna Baía, de 44 anos, e a personal trainer Jeanne Paolini Pinho, de 40, finalmente conseguiram voltar, após a prisão em Frankfurt, sob a falsa acusação de tráfico internacional de drogas. Por Renata Giraldi / SNB
Nesta sexta-feira (14), a advogada Luna Provázio publicou nas redes sociais fotos mostrando que as amigas finalmente voltaram ao nosso país. Ela disse que as duas já estão na casa delas, matando a saudade dos familiares mais próximos, dos cachorros e recuperando do trauma.
Durante uma escala em São Paulo, elas falaram sobre a prisão em um vídeo gravado na delegacia da Polícia Federal. “Nós fomos presas de forma muito injusta, mal recebidas, maltratadas pela polícia alemã, injustiçadas, pagando já por 38 dias por um crime que não nos pertence”, protestou Kátyna.
Ajuda da Polícia Federal
As brasileiras deixaram Frankfurt esta semana com o apoio da Polícia Federal, que prestou suporte de segurança às vítimas.
Ainda abaladas emocionalmente, Kátyna e Jeanne buscam força e energia para lutar por justiça e reparação dos danos.
O episódio envolvendo as duas brasileiras, que tiveram as etiquetas das malas trocadas, sem direito a defesa e submetidas a humilhações na Alemanha, mobilizou o país gerando comoção nacional. Houve uma rede de solidariedade intensa e apoio que ajudaram no retorno delas.
“Maltratadas na Alemanha”
Durante a escala em São Paulo, elas falaram sobre a prisão em um vídeo gravado na delegacia da Polícia Federal. “Nós fomos presas de forma muito injusta, mal recebidas, maltratadas pela polícia alemã, injustiçadas, pagando já por 38 dias por um crime que não nos pertence”, disse Kátyna.
Jeanne agradeceu o esforço feito para libertá-las. “Nós gostaríamos de fazer um agradecimento aqui a todos os envolvidos que trabalharam juntos para mandar todas as provas. Sabemos que o envio desses vídeos foi fundamental para a nossa liberdade. Sem eles, provavelmente, nós iríamos pagar por um crime que nós não cometemos”, disse.
As duas brasileiras deixaram o presídio feminino de Frankfurt na terça-feira (11), depois que o Ministério da Justiça do Brasil encaminhou as provas que as inocentaram.
As etiquetas de identificação das malas foram colocadas em duas outras bagagens com 40 kg de cocaína, em 4 de março. Se condenadas pelo crime de tráfico de drogas, elas poderiam ser presas por até 15 anos.
Humilhação
Segundo as brasileiras, elas foram submetidas à coleta de DNA, sem que tivessem dado autorização para isso.
Também contaram que a bagagem de mão foi retida, que elas foram impedidas de usar medicamentos e agasalhos, inclusive. As duas foram levadas para celas separadas.
Lá, o frio era intenso e as paredes tinham escritas com fezes. Elas ficaram três dias nesse inferno e lhes foram oferecidos apenas pão e água.
Depois, elas foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt onde permaneceram separadas, em celas frias e desconfortáveis e, de acordo com as duas, convivendo com mulheres condenadas por diversos crimes.
Reparação de danos
As duas brasileiras pensam em entrar com ação de reparação de dano, mas não informaram se será contra a empresa aérea ou contra o terminal de Guarulhos.
A polícia alemã apreendeu no início de março duas malas com 20 kg de cocaína cada uma, etiquetadas com os nomes da Jeanne e Kátyna.
A base para a liberação foram as imagens que mostram as bagagens sendo trocadas durante uma escala no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Leia tudo aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário