Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antônio Palocci, como outras nove pessoas, foram denunciadas por uma força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR), nesta sexta-feira (10). Esta é a primeira denúncia contra Mantega na Lava Jato em Curitiba. A defesa dele afirmou ao G1 que vai se manifestar nos autos quando tomar conhecimento da denúncia. Os denunciados vão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com a reportagem, os crimes apurados envolvem a edição das medidas provisórias 470 e 472 (MP da Crise), beneficiando diretamente empresas do grupo Odebrecht, entre estas a Braskem, de acordo com o MPF. O objetivo da manobra legislativa, afirmam os procuradores, era permitir o pagamento parcelado de tributos federais devidos, com redução de multa, bem como sua compensação com prejuízos fiscais. As medidas foram aprovadas.
Pela investigação, o empresário Marcelo Odebrecht teria oferecido promessas indevidas aos ex-ministros com o objetivo de influenciá-los na edição das medidas provisórias no Executivo. Mantega teria recebido R$ 50 milhões de propina do setor da empreiteira que era comandado por Fernando Migliaccio e Hilberto da Silva. A propina para Mantega foi lançada na planilha da Odebrecht nomeada "Planilha Italiano", na subconta "Pós-Itália", de acordo com a força-tarefa.
Uma parcela do valor foi entregue aos publicitários Mônica Santana e João Santana, além de André Santana, para serem usados na campanha eleitoral de 2014. Os publicitários teriam recebido R$ 15 milhões a partir do setor de propinas em 26 entregas. A denúncia tem como base delações e provas das empresas Odebrecht e Braskem, entregues como uma das condições previstas nos acordos de leniência firmados pelas empresas.
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