Foto: Antoninho Perri / Unicamp
O protótipo de uma vacina com dupla proteção contra o vírus da zika e a meningite meningocócica foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), junto aos institutos de Biologia e Química e dois laboratórios da instituição, o estudo já teve pedido de registro da patente.
Para Marcelo Lancellotti, professor e orientador do estudo, a união dessas duas doenças em uma única vacina pode otimizar a imunização. "Acredita-se que colocando as duas vacinas juntas você potencializa a imunidade contra as duas doenças, pela própria característica bioquímica dos componentes da vacina. A gente ainda tem um longo percurso nesse estudo, mas verificamos que há uma chance bem grande de isso acontecer", afirmou o pesquisador em entrevista ao G1 SP.
De acordo com a publicação, Lancellotti teve a ideia enquanto lavava louça em casa. Quando observou as duas bolhas de sabão se unindo, ele pensou sobre as características entre as moléculas das doenças — as estruturas químicas do vírus da zika e da bactéria que provoca a meningite são semelhantes. "Elas são feitas por membranas muito parecidas com as nossas membranas celulares. Foi um estalo lavando louça. Imaginei as duas moléculas, de zika e meningite, juntas", contou.
Para unir as duas doenças, os pesquisadores utilizaram o "cisalhamento", técnica caracterizada pela agitação. Na sequência, eles usaram a fusão para imunizar camundongos e, como resultado, os animais desenvolveram anticorpos contra vesículas produzidas pela bactéria da meningite e pelo zika vírus.
Segundo o G1, agora os cientistas pretendem dar continuidade aos testes para verificar a possibilidade de produzir a vacina em escala industrial. A estimativa é disponibilizá-la para uso após mais cinco anos de estudo.
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