“Circo dos horrores”. Foi assim que investigadores da delegacia de Itapetinga, no interior da Bahia, resumiram o que viram durante uma ocorrência de maus-tratos e crime ambiental, na tarde desta quinta-feira, dia 30, no perímetro urbano da cidade.
Centenas de jumentos mortos e vários outros animais da mesma especie com sinais de maus-tratos foram encontrados, ás margens e dentro do leito de um rio, que cai no Rio Catolé.
A Polícia Civil chegou ao local, ás margens da BA-263, aos fundos do Frigorífico JBS, depois de receber informações da existência de um cemitério de jumentos na localidade. As informações também davam conta que os crimes estavam sendo cometidos por um grupo de chineses, que dia 2 de agosto deste ano começou abater jumentos no município, após fazer uma parceria com o frigorífico Sudoeste.
Ao comprovar a veracidade da denúncia, a Polícia Civil acionou o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e Agência da Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB). O Ministério Público (MP) também tomou conhecimento do caso, juntamente com a secretaria municipal de meio ambiental de Itapetinga.
A parte criminal está sendo realizada pela Polícia Civil. O administrador do mangueiro, o funcionário que alimenta os animais e um chinês foram conduzidos e apresentados na delegacia. Eles foram liberados no começo da noite, mas o interrogatório vai continua nesta sexta-feira, dia 31.
O outro lado
A justificativa é que os animais estão vindo de Pernambuco e antes de chegarem em Itapetinga eles ficam até uma semana em um cercado, sem alimentação adequada. Quando chegam na cidade de Itapetinga estão fracos e doentes. Aqui, são alimentados com capim recolhido ás margens da BA-263. Os chineses contrataram duas pessoas para fazerem esse trabalho, porém, a quantidade de alimentos não tem sido suficiente por causa do número de jumentos que chega semanalmente.
Testemunhas
Testemunhas ouvidas pela reportagem garantem que já existem jumentos boiando no Rio Catolé, deixando a água imprópria para consumo. Na localidade, também é comum a presença de pescadores.
“Os jegues estão morrendo de fome e sede. Alguns estão agonizando. Outros já estão em estado de decomposição”, informou uma moradora.
Na madrugada de terça para quarta-feira uma jumenta pariu enquanto estava no confinamento, mas não sabemos se elas foram para o abate ou estão agonizando de fome.
O MP, ADAB e Secretaria Municipal de Meio Ambiental ainda não informaram quais providências serão tomadas. Por Eudo Mendes/ItapetingaReporter.tv
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