Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo
O doleiro Álvaro Novis, colaborador em um acordo com o Ministério Público Federal, declarou nesta quinta-feira (23) ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que o esquema de pagamentos ilícitos a partir de dinheiro recolhido de empresas de ônibus, que teria beneficiado, entre outras pessoas, os deputados estaduais Paulo Melo e Jorge Picciani, funcionava desde a década de 1990. Segundo ele, o total de pagamentos a todos os beneficiados pode chegar a R$ 1 bilhão até meados dos anos 2010, "em uma conta aproximada".
Novis depôs como testemunha no processo e contou que fez pagamentos ilícitos aos deputados estaduais do MDB em nome da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e da construtora Odebrecht. Segundo ele, os parlamentares chegaram a receber mais de uma vez por mês por meio do esquema.
O doleiro explicou que o esquema era abastecido pelo recolhimento de dinheiro na garagem de empresas de ônibus, por meio de empresas transportadoras de valores. Esse dinheiro era trocado para notas maiores e, segundo Novis, os pagamentos se davam conforme orientação do empresário José Carlos Lavouras, ex-presidente do conselho de administração da federação. A partir das indicações do empresário, Novis pedia que os funcionários de sua corretora, a Hoya, disponibilizassem os pagamentos, que podiam ser feitos por eles mesmos ou pela transportadora de valores.
A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que afirmou que se manifesta apenas através dos autos do processo. Já a defesa de Paulo Melo reafirmou que "se trata de uma mentira de um delator sem qualquer prova de corroboração". LEIA TUDO AQUI
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