por Vinicius Castro | Folhapress**Foto: Gilvan de Souza / Flamengo
Deixar a liderança do Campeonato Brasileiro e perder para o Cruzeiro a primeira partida das oitavas de final da Libertadores foram golpes duros demais no Flamengo. Em poucos dias, o time rubro-negro viu os elogios se transformarem em críticas por não eleger uma prioridade clara no segundo semestre. O alto investimento e a possibilidade de encerrar agosto longe dos objetivos propostos cobram o seu preço.
Integrantes do departamento de futebol, jogadores e dirigentes evitam falar abertamente, mas é denominador comum nos bastidores que o Campeonato Brasileiro envolve a maior possibilidade de título em 2018. Por ainda ter 21 rodadas pela frente, a competição proporciona uma margem de erro consideravelmente maior do que Libertadores e Copa do Brasil.
No mata-mata, uma bola e um dia ruim podem eliminar o clube de maior investimento, folha salarial ou melhores jogadores. Por essa análise, apostar as fichas nesse tipo de torneio é arriscado. No Brasileirão, o Flamengo tem mais chances de rodar atletas por suspensões ou lesões e ainda assim superar boa parte dos rivais. O clube investiu pesado no mercado e tem uma folha superior a R$ 10 milhões por mês para isso.
As possibilidades são debatidas. Com a situação absolutamente complicada na Copa Libertadores -será necessário vencer o Cruzeiro, fora de casa, por três gols de diferença-, o time ainda tenta chegar às semifinais da Copa do Brasil. No primeiro jogo, empatou com o Grêmio por 1 a 1, em Porto Alegre. Em meio ao delicado processo, o Campeonato Brasileiro ganha cada vez mais força.
É natural também que o Flamengo não abra mão de uma Copa do Brasil caso garanta a vaga nas semifinais. A premiação milionária e os poucos jogos para uma possível conquista não permitem tal luxo. No entanto, poupar jogadores pelo Campeonato Brasileiro nos intervalos já não é alternativa tão bem vista assim. O temor é o de perder contato com o São Paulo e ainda acompanhar a aproximação de concorrentes que estão atrás na tabela, casos de Internacional e Grêmio no momento.
O certo é que a diretoria rubro-negra reconhece a necessidade de uma conquista de peso. Errar agora será decisivo e algo traumático para a sequência do ano. Ainda assim, a briga em todas as frentes permanece no discurso oficial.
"A minha opinião é a mesma do treinador [Maurício Barbieri]. Não temos que priorizar. Se escolher e fracassar, deixamos boas oportunidades escaparem. O Flamengo tem elenco para isso e pode se dar ao luxo. Muitos jogadores gostariam de estar em nossa condição", afirmou o capitão Réver.
"Prioridade são todos os jogos", completou o goleiro Diego Alves.
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