por Italo Nogueira | Folhapress**Foto: Câmara dos Deputados
O senador Romário (Podemos) oficializou neste sábado (4) sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro fazendo ataques aos principais adversários e se defendendo das acusações de ocultação do patrimônio.
Sem citar nominalmente os demais candidatos, ele afirmou que a principal crise do estado "é moral".
"Eu não sou o mais inteligente. Para muitos eu não sou o mais capacitado. Não sou o mais experiente. Nem quero ter essa experiência que eles têm. Têm muitos presos e tem uns que estão para ser daqui a pouco", afirmou ele, na convenção regional do Podemos-RJ, na zona norte da capital.
Estão na disputa o ex-governador Anthony Garotinho (PRP), preso em três oportunidades desde novembro, e o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), cujo ex-aliado Sérgio Cabral (MDB) foi condenado a 123 anos de prisão.
A oficialização da candidatura encerra de vez uma longa especulação sobre a real disposição do senador em se candidatar. Em oportunidades anteriores, ele chegou a dizer que pretendia disputar um cargo majoritário, tendo desistido no fim.
Na política desde 2010, Romário já apoiou as eleições do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), adversário na disputa, e do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) e do prefeito Marcelo Crivella (PRB). O ex-jogador diz que nenhum aliado cumpriu os compromissos firmados e, por este motivo, decidiu se candidatar.
"Eles hoje são inspiração para que eu seja candidato ao governo do Rio. Por não terem feito nada do que se comprometeram comigo, eu cheguei à conclusão de que eu vou fazer", disse Romário.
O ex-jogador usou seu discurso para se defender das acusações de ocultação de patrimônio apontadas pela Justiça estadual. Há suspeita de que o senador colocou seus bens e contas bancárias em nome de familiares para evitar o pagamento de credores, entre eles a União.
"Eu joguei futebol 25 anos. O dinheiro é meu, consegui com meu suor. Tudo o que estão dizendo, não é verdade. O meu dinheiro dou para quem quiser. Dou para minha irmã, para minha mãe, para o meu irmão. Não tem R$ 1 de dinheiro público aí. Está tudo declarado no Imposto de Renda da minha mãe e da minha irmã. Então vamos parar a partir de agora com essas palhaçadas de querer me queimar, destruir minha reputação", disse ele.
EQUIPE
Romário afirmou que tem se reunido com especialistas em saúde, educação, cultura, economia e segurança pública para formar "um time" para um eventual governo.
Um dos nomes é o economista Guilherme Mercês, licenciado da Firjan desde que entrou na campanha. O senador deve conversar com o general Augusto Heleno (PRP) e sinalizou que pode convidá-lo a ocupar o cargo de Secretário de Segurança.
Ele disse que pretende acabar com o projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e deslocar os policiais lotados nestas unidades para o policiamento em outros locais.
Ele sinalizou que abrirá espaço para indicações políticas, embora afirme que exigirá "conhecimento técnico" para as nomeações. Romário tem como aliados a Rede e o PR.
"Aprendi na política que os seus parceiros têm que ter o seu espaço. O que foi sempre colocado para a Rede e o PR é que os nomes indicados devem ser por meritocracia", disse ele.
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