A capital com menor preço médio é Macapá (AP), com R$ 4,48
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Com o preço médio da gasolina custando R$ 5,56, a cidade de Salvador é considerada a capital com o combustível mais caro do Brasil, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgados na última segunda-feira (17). A capital com menor preço médio é Macapá (AP), com R$ 4,48.
Para o presidente do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), Radiovaldo Costa, o aumento é consequência da privatização da refinaria Landulpho Alves. “A Acelen, [empresa que administra a Refinaria Mataripe e abastece os postos de combustíveis], não produz petróleo e precisa exportá-lo de outro países, consequentemente, este valor é repassado para o bolso do consumidor. Com a Petrobras é diferente, ela tem a capacidade de atender todos os processos de refinaria e segurar mais os preços dos combustíveis, pois realiza produção própria”, disse, em entrevista a equipe de reportagem do bahia.ba.
O presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus, no entanto, avalia a privatização da refinaria como ponto positivo para o estado. “Eu vejo isso como uma evolução da sociedade. Nós sempre defendemos a privatização. Não faz sentido apenas uma estatal monopolizar o petróleo”, declarou.
A pesquisa da agência, realizada entre os dias 9 e 15 de outubro, revelou ainda que o aumento do combustível na capital baiana supera o preço médio do país em 1,5%. No mesmo período do levantamento, o maior preço registrado pelo litro em Salvador foi de R$ 5,59. Uma variação de R$ 0,52 ou cerca de 10,3%.
Conforme o gestor do Sindicombustíveis Bahia, as oscilações no valor final da gasolina se deve as alterações dos preços internacionais e a guerra na Ucrânia. “Estamos vivendo uma guerra, o que faz com que o barril do petróleo sofra mais variações”, falou. “Hoje, nós temos uma realidade na Bahia diferente do restante do Brasil, temos uma refinaria internacional onde os preços variam, de acordo com os valores do mercado”, concluiu.
Segundo o presidente do Sindipetro, o aumento do combustível gera prejuízos aos baianos. “Com o aumento da gasolina, eleva o preço dos produtos na Bahia e isso inibe o poder de compra e diminui a geração de emprego”, disse. Ele ainda acrescentou que “os grandes produtos de diesel já compram fora do Estado”, concluiu.
ACELEN
Em nota enviada à empresa, a Acelen afirma que os preços produzidos leva em consideração variáveis como o custo do petróleo.
“Dólar e frete podem variar para cima ou para baixo. Sendo assim [o preço] reflete o cenário geopolítico global e a oferta reduzida de petróleo. A empresa ressalta que possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado”, destaca, em nota.
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