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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Estudante baiana pede ajuda para participar de programa organizado pela Universidade Harvard

Camily Guimarães Carvalho recebeu bolsa de 50% da instituição, mas ainda precisa de 7,5 mil dólares.
Foto: Paula Fróes/CORREIO
Quanto custa a realização de um sonho? Para muitos, essa pergunta poderia render as mais diferentes respostas, mas para a estudante Camily Guimarães Carvalho, 17 anos, só há uma possível: 7,5 mil dólares. É a quantia necessária para ela cobrir o restante dos custos do Alpha Scholars, programa de pesquisa científica organizado pela prestigiada Universidade Harvard, nos Estados Unidos, instituição que já contemplou a jovem com uma bolsa de 50%. Ao câmbio de hoje, são R$ 40 mil.

Moradora de Camaçari, aos 11 anos Camily passou a se interessar por temáticas de gênero. Segundo ela, o que a inspirou foi a própria vivência. “Foi ver como as mulheres na minha comunidade estão sofrendo e como as mulheres da minha família experienciaram o machismo e a violência de gênero, até mesmo pelo tratamento que elas recebiam dos maridos e pela falta de independência financeira”, afirma.

Preocupada com o seu futuro e engajada no tema, Camily e mais duas amigas fundaram no ano passado o clube Girl Up Elas por Elas, associado ao movimento da ONU que luta por equidade de gênero. Atualmente, o clube conta com seis jovens mulheres e realiza arrecadação de absorventes para redução da pobreza menstrual (falta de condições para realizar boa higiene durante a menstruação).

A atuação social de Camily possibilitou que ela fizesse parte de um programa de intercâmbio voltado para jovens de baixa renda líderes em sua comunidade. Como intercambista pela embaixada dos EUA, ela passou três semanas em Washington, onde participou de uma simulação da ONU que tinha como objetivo resolver problemas globais.

A experiência fora do país foi gratuita, diferente do programa online da Alpha Scholars, fruto da parceria de Harvard com o projeto de Desenvolvimentos Sustentáveis da ONU, que tem como objetivo capacitar jovens do ensino médio a produzir pesquisas científicas entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023. Para Camily, a oportunidade é um sonho. “É o primeiro passo para que eu possa desenvolver uma carreira como pesquisadora e escritora”, aponta.

Ela conta que, caso consiga realmente participar do Alpha Scholars, já sabe o que fará. “Pretendo trabalhar e fazer uma pesquisa científica social em equidade de gênero, em algum tópico que envolva violência de gênero. Como eu quero ser historiadora, saber fazer uma pesquisa científica é algo muito importante para mim”.

Repleta de objetivos que considera ambiciosos, Camily ainda destaca que a oportunidade será importante para o desenvolvimento de suas habilidades de escrita e comunicação, uma vez que deseja ser escritora e morar fora do país. A família e amigos, seus principais apoiadores, têm ajudado como podem, mas até o momento ela só angariou 1,3 mil dólares.

Estudante do Instituto Federal da Bahia (Ifba) no campus Camaçari, a jovem chegou a pensar em trabalhar para arrecadar o dinheiro que falta para confirmar a participação no programa, mas não seguiu com a ideia porque é bolsista pelo Ifba e as políticas da instituição não permitem a prática.

Agora, para conseguir levantar os 6,2 mil dólares que faltam, Camily conta com o apoio de quem puder ajudá-la nesse desafio. Para isso, ela está recebendo doações via Pix. Quem quiser ajudar pode enviar qualquer valor para a chave email:
camilycarvalho8@gmail.com.

“Esses programas, se for pensar realisticamente, não são muito acessíveis. Então eu realmente conto com a ajuda de todo mundo e tenho esperança de que vai dar certo”, afirma Camily.

Conteúdo Correio

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