por Reynaldo Turollo Jr. | Folhapress
Foto: Reprodução / Agencia Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio, relator do inquérito em que o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi denunciado sob acusação de racismo, atendeu ao pedido da defesa e decidiu antecipar o julgamento do recebimento da denúncia para a próxima terça-feira (28).
Inicialmente, a análise da denúncia estava na pauta da sessão da Primeira Turma de 4 de setembro, quando a campanha eleitoral já terá começado. Nesta quarta (22), a defesa do presidenciável pediu a Marco Aurélio para adiantar o julgamento.
Se a Primeira Turma receber a denúncia, formulada em abril pela procuradora-geral, Raquel Dodge, Bolsonaro vai se tornar réu sob acusação de racismo contra quilombolas e outros grupos sociais.
"Consoante consignado nas informações, o advogado que firmou o pleito [para adiantar o julgamento] está inviabilizado de comparecer ao ato marcado para 4 de setembro de 2018", escreveu Marco Aurélio em seu despacho, nesta quinta (23).
"Ante o fato de o pedido [de adiantamento] ter sido formulado pelo próprio denunciado, abrindo mão do interregno de 5 dias úteis entre a publicação da pauta e a sessão [...], defiro o que requerido, antecipando, para a sessão do próximo dia 28 de agosto, o exame quanto ao recebimento, ou não, da denúncia."
O candidato já é réu em uma ação penal no Supremo sob acusação de incitação ao estupro, em um caso que envolveu a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
A denúncia sob acusação de racismo foi por causa de uma palestra de Bolsonaro no Clube Hebraica do Rio no ano passado. Na ocasião, uma das frases polêmicas foi sobre comunidades quilombolas. "Eu fui em um quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas", ele disse. Em defesa entregue em junho ao STF, o candidato disse que a Procuradoria tirou suas frases de contexto para denunciá-lo.
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