Nayara Batschke.-/São Paulo, 25 ago (EFE) - Mais de 500 mil mulheres por ano abortam clandestinamente no Brasil, de acordo com o instituto de bioética Anis, onde a discussão sobre o problema se acentuou após a paulistana Rebeca Mendes levantar a voz por se ver obrigada a viajar para a Colômbia a fim de interromper voluntariamente sua gravidez de forma legal.
Mãe solteira de dois filhos e aos 31 anos, ela se transformou na imagem da luta a favor da descriminalização do aborto no país, hoje permitido somente em casos de estupro, de risco de morte para a mãe ou se o feto apresentar anencefalia.
"Fiquei grávida em novembro e, quando descobri, foi muito perturbador. Fiquei o ano passado todo tentando marcar consultas com ginecologistas para mudar meu anticoncepcional. Se o sistema público de saúde tivesse me atendido a tempo, não teria passado por isso. Esta foi a primeira vez que o Estado falhou comigo", contou Rebeca à Agência Efe.
Após descobrir que estava grávida, ela entrou com um pedido no Superior Tribunal Federal (STF) para poder abortar legalmente, mas a solicitação não foi analisada, e foi por isso que ela decidiu viajar à Colômbia, onde conseguiu interromper a gestação dentro das leis locais.
Desde 2006, a Corte Constitucional da Colômbia permite o aborto em três situações: quando põe em risco a saúde física e mental da mulher, em caso de estupro ou incesto, ou quando há uma má-formação incompatível com a vida.
"Eu hoje posso contar que fui tratada com dignidade e que um aborto não precisa ser traumático para a mulher. O que é traumático não é o procedimento, mas a ilegalidade", disse Rebeca. LEIA TUDO AQUI
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