PF começa a periciar celulares e computadores de Marcos do Val apreendidos em operação

Segundo colunista, aliados de Bolsonaro temem que sejam encontrados conteúdos comprometedores contra o ex-presidente

Foto: Pedro França/Agência Senado

Após a ação da Polícia Federal que teve como alvo o senador Marcos do Val (Podemos-ES) na tarde de quinta-feira (15), a perícia nos celulares e computadores apreendidos na operação será realizada a partir desta sexta-feira (16). O senador é um dos investigados em desdobramentos do inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Anteriormente, Marcos Do Val já estava sendo investigado pela Polícia Federal. Suspeitava-se que ele estivesse envolvido em um plano golpista com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. Agora, a PF está investigando ações mais recentes do senador, especificamente se ele vazou documentos sigilosos de investigações sobre os ataques às sedes dos três Poderes, numa tentativa de obstruir as investigações, conforme relatado pelos policiais envolvidos na operação de quinta-feira.

Consequências para Bolsonaro

Os aliados de Bolsonaro estão preocupados após a operação da Polícia Federal contra o senador Marcos do Val. De acordo com informações do colunista Valdo Cruz, do G1, existe o receio de que a PF tenha reunido provas relacionadas à reunião no Palácio do Alvorada, na qual participaram o senador, o ex-deputado Daniel Silveira e o então presidente Bolsonaro. Nessa reunião, teria sido discutida uma estratégia para gravar e desacreditar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Durante o encontro, o ex-deputado Daniel Silveira teria proposto, com o consentimento de Bolsonaro, que o senador gravasse Moraes, tentando obter declarações comprometedoras para justificar um pedido de suspeição do presidente do TSE e eventual anulação das eleições no Brasil.

Na opinião dos aliados de Bolsonaro e também de membros do TSE, se novas provas forem apresentadas nos próximos dias, a situação do ex-presidente se torna ainda mais complicada, especialmente próximo ao julgamento da primeira das 16 ações contra ele no tribunal eleitoral, marcado para a próxima quinta-feira (22).