‘As Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro’, afirmou o ex-ministro do STF
Foto: Nelson Jr./ SCO/ STF
Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que já chegou a ser cotado para disputar a Presidência da República, Joaquim Barbosa fez críticas contundentes ao ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, por conta das declarações dadas pelo militar em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, ocorrida nesta quarta-feira (6).
O ex-magistrado apontou “pressão desabrida e cínica” com o sistema eleitoral e disse que Nogueira tem “clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro”.
“Disse o general Paulo Sergio Nogueira: ‘As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto e foram convidadas pelo TSE…’. Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto”, escreveu Barbosa em uma série de postagens no Twitter.
“Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado. Pense nisso, general”, criticou o ex-ministro do Supremo.
“Um aspecto importantíssimo, que singulariza o Brasil no concerto das democracias, reside precisamente no seguinte: temos um ramo da Justiça, independente, concebido precisamente para subtrair o processo eleitoral ao controle dos políticos. E dos militares de casaca, claro”, disse Joaquim Barbosa, destacando a importância da independência do Judiciário, sobretudo da Justiça Eleitoral.
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