Por Edu Mota, de Brasília / BN
Foto: Charles Sholl/Folhapress
Os nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciaram nesta terça-feira (02), em Brasília, a reunião em que será definida a taxa básica de juros, a Selic. Da última reunião, em 22 de março, para essa agora, aumentou muito a pressão do governo federal sobre o órgão para que reduza a taxa, que há meses vem sendo mantida em 13,75% ao ano.
O presidente Lula (PT) é um dos maiores críticos da taxa de juros oficial, e até mesmo no comício que fez nesta segunda-feira (1º) no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, para comemoração do Dia do Trabalhador, ele reclamou da Selic.
“Não se pode viver em um país onde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego, por ser responsável por uma parte da situação que vivemos hoje”, disse Lula no evento realizado pelas centrais sindicais.
Se de um lado Lula e a equipe econômica do governo afirmam que não existe justificativa para a manutenção da Selic no atual patamar, de outro, o mercado financeiro há semanas vem aumentando suas projeções para o IPCA, mostrando que a pressão inflacionária não foi debelada e é elemento fundamental no radar do BC para a decisão sobre a taxa de juros. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (02), o IPCA deve fechar o ano em 6,05%, acima dos 6,04% previstos na semana passada. Esta é a quinta semana consecutiva que a projeção para a inflação sobe nas previsões dos analistas de mercado consultados pelo BC.
Como destacou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência no Senado na semana passada, a decisão do Copom sobre a Selic é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Campos Neto insistiu que a avaliação do comitê é estritamente técnica, e a taxa de juros é decidida com objetivo de fazer com que a inflação medida pelo IPCA situe-se em linha com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Dentro dessa perspectiva da chamada “decisão técnica”, a aposta do mercado financeiro é que a taxa seja mantida em 13,75%.
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