É com o "Rei do Pix" que golpistas trocam quantias provenientes de atividades ilícitas por dinheiro livre para utilização
Que o Pix é um sucesso no Brasil isso ninguém pode negar. O que não se imaginava é que até realeza a plataforma de transferência do Banco Central teria. Brincadeiras à parte, um novo golpe nas redes sociais oferece retorno de até 1.000% sobre valores enviados, chamado de Rei do Pix.
É dessa forma que golpistas trocam quantias provenientes de atividades ilícitas, passíveis de bloqueio pelo banco, por dinheiro livre para utilização. Os perfis, como o Rei do Pix, oferecem uma lista de possíveis trocas ao usuário: se ele transferir R$ 10, receberá R$ 100. Caso a quantia enviada seja de R$ 500, terá um retorno de R$ 5.000.
Fotos: Reprodução / Twitter
Na maioria das vezes, a vítima não recebe nada em troca. Os golpistas sacam rapidamente a quantia enviada para não dar tempo de alguma instituição cancelar o processo. No entanto, raramente alguém consegue o retorno prometido, pelo menos por um curto período de tempo.
De acordo com Thiago Chinellato, delegado da Divisão de Crimes Cibernéticos na Polícia Civil de São Paulo, esse dinheiro enviado é oriundo de crimes - como clonagem de cartão, o que posteriormente deverá ser confiscado.
A vítima pode virar cúmplice?
O detalhe é que muitos desses perfis deixam claro que o dinheiro enviado é oriundo de atividades ilícitas, exibindo informações sobre contas bancárias e cartões sequestrados. Se comprovada, a ciência do cidadão acerca da origem do montante recebido permite sua caracterização como cúmplice do crime.
De acordo com a Folha de S. Paulo, os perfis de golpistas variam. Alguns vendem o esquema como "oportunidade de investimento", enquanto outros já são mais "corajosos" e se apresentam como forma de "burlar o sistema".
Assim como o Rei do Pix, outros tipos de golpes têm ocorrido no país. No último sábado (2), a Receita Federal emitiu um comunicado alertando os usuários de Pix para os golpes aplicados na ferramenta digital através do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), comumente usado para operações de crédito e câmbio.
Outra fraude que tem aumentado entre os usuários do pagamento digital é o “urubu do Pix”. Tal golpe consiste na falsa propaganda de devolução de um valor multiplicado caso a vítima realize uma transferência no Pix da conta pessoa física divulgada no anúncio.
Com o Rei do Pix e companhia, os golpes na plataforma estão aumentando cada vez mais. Entre abril e maio deste ano, as tentativas cresceram em 350% em comparação aos meses de fevereiro e março, de acordo com a empresa de cibersegurança PSafe.
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