Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
Ministros da ala política do governo usaram a CPI da Covid-19 no Senado, instalada em 2021, como exemplo para convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a não atacar Alexandre de Moraes no episódio envolvendo a ordem do ministro do STF para que o presidente prestasse depoimento à Polícia Federal.
As informações são da coluna Igor Gadelha, do Metrópoles. Segundo a publicação, auxiliares teriam argumentado a Bolsonaro que, se ele atacasse Moraes nominalmente, o espírito de corpo dos demais ministros falaria mais alto. A consequência, conforme apontaram, é que seriam grandes as chances de a maioria do plenário da Corte confirmar a decisão do colega e mandar Bolsonaro depor.
Ministros avaliaram a Bolsonaro que teriam sido os ataques do presidente a Luís Roberto Barroso que levaram a maioria do pleno do STF a confirmar a liminar que mandou o Senado instalar a CPI da Covid em 2021. Se Bolsonaro não tivesse criticado, a aposta é de que a comissão poderia ter sido barrada pela Corte.
No recente episódio do depoimento, a reação do Planalto a Moraes ficou a cargo apenas da Advocacia-Geral da União (AGU). O órgão apresentou recurso argumentando que, por ser investigado, Bolsonaro não poderia ser obrigado a depor, para não produzir provas contra si mesmo.
O recurso da AGU foi recusado por Moraes. Mesmo assim, Bolsonaro não criticou o ministro nominalmente. “Tudo em paz“, limitou-se a dizer no dia seguinte ao imbróglio. Com isso, nem o presidente teve que depor, nem o ministro do Supremo determinou nova data para a oitiva.
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