‘O que isso nos diz é que muito provavelmente também acontecia com os pterossauros e dinossauros’, avaliou especialista
Foto: Reprodução/Surfguru
Vivendo isolada por 16 anos, uma fêmea de crocodilo se reproduziu sem qualquer contato com macho, em um zoológico da Costa Rica, em janeiro de 2018. Por bahia.ba/mundo
O caso veio à tona após um artigo publicado nesta quarta-feira (7), na revista Biology Letters, no qual pesquisadores relatam o nascimento de um filhote de crocodilo, fruto daquela ninhada, com apenas material genético da mãe.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, vários ovos da ninhada foram estéreis e não se desenvolveram, mas um deles continuou a amadurecer em uma incubadora. O ovo, então, gerou um filhote crocodilo perfeitamente formado, mas natimorto.
Conforme relataram os pesquisadores, foi comprovado que o filhote partenogenético (com DNA apenas da mãe) foi produto de um parto virginal, sem o contato com um macho. Segundo o jornal, a partenogênese já foi identificada em outros animais, mas esta é a primeira vez em crocodilos.
No parto virginal, segundo os especialistas, o óvulo amadurece no corpo da fêmea e se divide repetidamente até gerar um produto final com a metade dos genes necessários para formar um indivíduo.
Três sacos celulares menores contendo cromossomos, conhecidos como corpos polares, são formados como subprodutos, e depois geralmente desaparecem. Em vertebrados partenogenéticos, entretanto, um corpo polar às vezes se funde ao óvulo e cria uma célula com o complemento de cromossomos necessários para formar um indivíduo.
Segundo Warren Booth, professor associado da Virginia Tech que estudou os ovos, o fenômeno é o que pode ter acontecido ao crocodilo. Ele explica que o sequenciamento do genoma do filhote sugere que os cromossomos só diferem do da mãe nas extremidades, com uma pequena reorganização do DNA, o que pode ser sinal da fusão do corpo polar.
Ele explica que isso é o que acontece na partenogênese em pássaros, lagartos e cobras, o que sugere que tais animais herdaram a capacidade de algum ancestral comum. No caso dos crocodilos, como eles evoluíram muito tempo antes dos animais partenogenéticos modernos, é possível que tenham existido criaturas intermediárias. “O que isso nos diz é que muito provavelmente também acontecia com os pterossauros e dinossauros”, disse Booth.
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