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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Meninos são mais adotados que meninas na Bahia

81% dos pretendentes à adoção buscam crianças de, no máximo, 6 anos e TJBA lança campanha sensibilizar a população.
Foto: Shutterstock/reprodução
Os pretendentes à adoção da Bahia possuem características similares quando o assunto é estabelecer um perfil de criança no processo: menina, com idade até seis anos. Apesar de selecionarem tais características, os meninos têm sido mais adotados nos últimos anos. Dados da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ), do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), confirmam que mais meninos foram adotados no estado, com base nos registros feitos entre 2019, quando o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) entrou em operação, até 24 de maio de 2023. De acordo com o relatório, foram adotados 162 meninos e 117 meninas no período analisado, sendo que, 133 crianças foram adotadas com a idade de até 6 anos. Conteúdo Correio

A servidora pública federal Alexandra Rodrigues Vasques optou por fugir do perfil estabelecido há quatro anos antes de adotar Vitória, que, na época, tinha 10 anos. Em 2012, quando era mãe biológica apenas do menino Bernardo, a funcionária do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), decidiu adotar. O perfil de Xanda, como é conhecida, não fugia muito dos estabelecidos pela maioria dos pretendentes à adoção: menino, de até quatro anos.

A mudança de perfil aconteceu no segundo encontro com a pequena Vitória, que se apresentou como a ‘empreguete’ Penha, personagem vivida pela atriz Taís Araújo, na novela Cheias de Charme, da TV Globo. Alexandra visitou um antigo orfanato no bairro de Sussuarana para conhecer um menino que se enquadrasse no perfil inicial, mas acabou se conectando com a menina.

“Se eu tivesse, desde o início, ampliado meu perfil, talvez não tivesse esperado quatro anos para adotar Vitória. Você consegue ver afinidade maior, com crianças maiores. São crianças que querem muito ser amadas, querem muito uma família. Eu já era mãe, mas queria mais filhos. Optei pela adoção e não me arrependo de jeito nenhum”, contou Alexandra.

Para a jovem Vitória, que atualmente tem 21 anos e é estudante de Geografia, o encontro com a mãe é motivo de muito orgulho. “Fazer parte de uma família, ser acolhida, amada e respeitada é um privilégio muito grande”, afirmou.

Na lista das mães que adotaram meninos, Patrícia Rocha, vice-diretora da Escola Municipal Vovó Ciça, em Lauro de Freitas, diz que amadureceu muito com a chegada de Pedro Nicolas, em 2018. “É claro que ser mãe tem todos os obstáculos que nos fazem evoluir. Estou me descobrindo a cada ensinamento e valor transmitido a Pedro Nicolas. Sou orgulhosa da mulher que me tornei”, disse Patrícia.

A vice-diretora teve o primeiro contato com a criança assim que começou a trabalhar na escola. Após criar afeto com o menino e entender a situação familiar vivida por ele, Patrícia entrou em contato com a família de Pedro e iniciou o processo legal para a adoção.

De acordo com o desembargador Salomão Resedá, coordenador da CIJ, a procura por meninas é maior, principalmente mais novas, mas os meninos são mais adotados porque integram um grupo maior de aptidão à adoção. Atualmente, a Bahia possui 222 crianças aptas à adoção e 1.084 pretendentes, que apresentam características de perfil muito similares.

“A maior preocupação é a gama de adolescentes que está chegando aos 18 anos sem inserção em família substituta, sem acolhimento familiar. Ao completar 18 anos, vai ter que sair da instituição e enfrentar a vida sem o preparo necessário, porque é no ceio familiar que a pessoa encontra os meios necessários para construir os alicerces que vão dar sustentação para enfrentar os problemas da vida”, afirmou o desembargador.

Nesta quinta-feira (25), Dia Nacional da adoção, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), por meio da CIJ, lança a Campanha “Filhos são eternos bebês”, na Arena Santiago, às 9h30, no bairro de Brotas, em Salvador. O objetivo da iniciativa é sensibilizar a população para o acolhimento de crianças em idade superior a seis anos.

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