Foto: Fifa / Divulgação
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, pediu que as pessoas que criticam a realização da Copa do Mundo no Catar "não assistam" à competição. A abertura acontece neste domingo (20), às 13h (de Brasília), no jogo entre Catar e Equador, pelo Grupo A.
O país é criticado pelo tratamento dado a minorias e pelas violações dos direitos humanos envolvendo trabalhadores que ajudaram a organizar o evento.
"Não assista. É como essas pesquisas que mostram alguns candidatos na frente, e depois eles não ganham. Pega bem para alguns dizer que não vão assistir, porque o Catar isso, porque a Fifa aquilo... mas a gente sabe que essas pessoas vão assistir, talvez escondidos. Porque nada é maior do que a Copa do Mundo. Para estas pessoas, as que vão ver escondidas, eu digo que vai ser a melhor Copa do Mundo da história", afirmou Infantino.
O presidente da Fifa protagonizou ainda uma fala polêmica, quando disse se sentir como as minorias que tanto sofreram ao longo da história.
"Hoje estou com sentimentos muito fortes. Hoje me sinto catari. Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador imigrante", disse.
O Código Penal do Catar proíbe que homens e mulheres se identifiquem como LGBTQIA+ e prevê, como pena máxima, o apedrejamento dessas pessoas.
"Claro que eu não sou catari, nem árabe, nem africano, nem gay, nem deficiente, nem um trabalhador imigrante. Mas eu sinto, eu sei como é ser discriminado, como é ser tratado como um estrangeiro. Como criança na escola eu sofria bullying, porque eu tinha cabelo ruivo e sardas. Eu era italiano, então imagine, eu não falava bom alemão. O que você faz? Você vai para o seu quarto, fica mal, chora. E então tenta fazer amigos, tenta convencer os amigos a se relacionar com outros e outros. Não acusa, não insulta. Você começa a se engajar. E isso é o que nós deveríamos fazer", prosseguiu Infantino.
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