Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
A 5ª edição da Pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, encomendada pela Serasa, mostra os estragos emocionais e abalos nas relações pessoais e familiares causados pelas dívidas.
Produzida pelo Instituto Opinion Box, o levantamento, construído a partir de entrevistas com 5.225 pessoas em todas as regiões do país, apontou para um cenário psicológico preocupante. Na região Nordeste, o estudo aponta que:
80% dos endividados têm dificuldade para dormir por conta das dívidas;
76% têm surtos de pensamentos negativos devido aos débitos vencidos;
73% afirmam ter dificuldade de concentração para realizar tarefas diárias;
61% dos entrevistados sentiram impacto no relacionamento conjugal;
58% viveram ou vivem sensação de “crise e ansiedade” ao pensar na dívida;
50% dos pesquisados revelam sentir “muita tristeza” e “medo do futuro”:
48% dos entrevistados têm vergonha da condição de endividado;
32% não se sentem mais confiantes em cuidar de suas próprias finanças;
29% sentiram impacto das dívidas no relacionamento com familiares.
“O sistema biológico é o primeiro a sentir os efeitos da preocupação com as dívidas”, observa Valéria, há 14 anos atendendo pacientes que tentam lidar com o problema. “A ansiedade vai invadindo a rotina de quem busca incansavelmente uma solução, o endividado passa a viver com pensamentos voltados ao futuro, não consegue mais relaxar e, consequentemente, não se concentra nas suas tarefas habituais e nem consegue mais dormir com normalidade”, explica a psicóloga Valéria Meirelles, especialista na abordagem comportamental gerada pelo endividamento e auxiliar técnica da pesquisa.
De acordo com a instituição, o estudo, porém, também traz dados animadores, como o fato de que 70% dos respondentes da região Nordeste revelam ter confiança em quitar a dívida e recuperar o crédito e 56% passaram a conversar com os familiares sobre a importância de reduzir os gastos da casa e buscar soluções conjuntas.
“É visível que há uma tentativa saudável de monitorar e controlar os gastos, uma conscientização que certamente pode ser atribuída à quantidade e variedade de informações sobre o tema da educação financeira que, felizmente, chega hoje em dia por várias mídias”, diz Valéria.
“Para milhões de endividados, recomeçar significa ter o nome limpo novamente”, diz Matheus Moura, Diretor da Serasa. “Por isso que o nosso propósito é ajudar o brasileiro não apenas a pagar suas dívidas e recuperar crédito, mas compartilhar ensinamentos de educação financeira”, complementa.
Mesmo em queda leve nos indicadores do país, o desemprego ainda é considerado o principal motivo de endividamento, apontado por 29% dos entrevistados, de todo o Brasil, pela Pesquisa da Serasa. Na sequência, aparece a causa da redução na renda própria (12%). Chama a atenção no estudo que 11% dos pesquisados em todo o país revelam ter emprestado o nome para um amigo, conhecido, colega ou familiar e este nunca honrou com o compromisso financeiro assumido.
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