O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira (18), em Lisboa, com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro do país, António Costa. O encontro ocorreu após a passagem de Lula pela 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP27), no Egito. Depois do encontro privado, Lula e Costa falaram à imprensa. O presidente eleito assegurou que seu governo retomará o diálogo com todos os países. "Fazia quatro anos que o Brasil estava totalmente isolado no mundo. Nenhum país que sofreu bloqueio nesses últimos 30 anos teve o isolamento que o Brasil teve por culpa do próprio governo brasileiro. Não foi o mundo que isolou o Brasil, foi o Brasil que se isolou", afirmou. (Foto ilustração)
Lula também pediu mudanças na governança global, incluindo uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, para torná-lo mais representativo, na visão do presidente eleito.
"Eu tenho defendido que precisamos de uma governança global mais representativa. Sobretudo na questão climática, a gente não pode tomar uma decisão e depois levá-la para que o Estado nacional decida se vai cumpri-la ou não cumpri-la. Temos exemplo do Protocolo de Kyoto, que foi assinado há tempo tempo atrás, até hoje não foi cumprido por muitos países. A ONU de hoje não pode continuar sendo a ONU de 1948. O mundo mudou, a geopolítica mudou, as pessoas mudaram, a cultura mudou e, portanto, o Conselho de Segurança da ONU precisa mudar. Precisa ter mais gente representando todos os continentes e acabar com a ideia de que os países possam ter direito de veto", enfatizou.
Sobre os compromissos ambientais do novo governo, Lula destacou o combate ao garimpo ilegal e às invasões ilegais de reservas, com preservação das terras indígenas e unidades de conservação. "Vamos cuidar da questão climática, cuidar da Amazônia como patrimônio da humanidade", garantiu, mencionando da sugestão para que o Brasil realize a COP30, em 2025, na Região Amazônica. (Pedro Rafael Vilela)
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