Dispostas em 3D, as células crescem de modo mais natural, como nos tecidos humanos
Foto: Bruna A. G. de Melo/Unifesp
Pesquisadoras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma técnica para criar células cerebrais vivas usando uma impressora 3D.
O estudo, apoiado pela FAPESP, foi publicado no Journal of Visualized Experiments (JoVE) e pretende recuperar áreas lesionadas do cérebro em casos de AVC e outras doenças. Por Andréa Fassina / SNB
A chamada biotinta é composta de polímeros naturais que permitem aos astrócitos, um tipo de célula cerebral, sobreviver por pelo menos 14 dias em laboratório depois de passar por uma impressora 3D.
Biotinta
Para recuperar áreas lesionadas, as células neurais são colocadas em uma mistura chamada “biotinta”, composta de polímeros naturais.
Esses polímeros funcionam como uma estrutura de suporte para aos astrócitos.
O procedimento resulta em um modelo mais parecido com o tecido neural natural do que os obtidos atualmente por outras técnicas, em que as células são cultivadas em pratos, em apenas duas dimensões.
“Estamos testando diferentes biomateriais que sejam compatíveis com células do tecido neural, não apenas astrócitos, mas neurônios e células-tronco neurais.
A bioimpressão é uma técnica bastante recente na engenharia de tecidos e, ainda mais os neurais, compostos por células mais sensíveis.
Por isso, esse protocolo será útil tanto para quem quer trabalhar com astrócitos e outras células do cérebro quanto com outros tipos celulares”, conta Bruna Alice Gomes de Melo, primeira autora do trabalho, realizado durante seu pós-doutorado na EPM-Unifesp.
Recuperar áreas cerebrais lesionadas
O protocolo foi desenvolvido com células de camundongos, mas usa materiais biocompatíveis que podem ser adaptados para o estudo de células humanas.
“No organismo, as células são tridimensionais. Mas, quando cultivadas em laboratório, elas têm plástico embaixo e um meio de cultura em cima [conjunto de substâncias que permitem a sobrevivência e a proliferação celular]. Isso é muito distante da organização natural do tecido ou do órgão, em que elas estão arranjadas de maneira tridimensional. Mais em https://www.sonoticiaboa.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário