Foto: Marcello Casal / Agência Brasil
Desde a criação, em novembro de 2020, o sistema de pagamentos rápidos já teve dados vazados duas vezes
Recentemente, o BC (Banco Central) informou que cerca de 160,1 mil brasileiros tiveram dados das chaves Pix vazadas. Esse foi o segundo vazamento de dados desde o lançamento do sistema pagamentos, que teve início em novembro de 2020. Após esses episódios, as pessoas logo ficam preocupadas e acende o alerta para o uso do sistema. Por isso, especialistas orientam o que deve ser feito para se proteger dos golpes.
Em setembro de 2021, informações cadastrais de 395 mil pessoas vazaram do Banese (Banco do Estado de Sergipe), porém, assim como no vazamento ocorrido no último dia 21, este também só teve vazamento de dados cadastrais e não de dados sensíveis, como senhas, movimentações ou saldo. Fonte: O Dia
Apesar do BC afirmar que esse vazamento não oferece “perigo”, por não ter sido com dados transacionais, especialistas alertam que, caso aconteçam novos vazamentos, existe o perigo de, com cruzamentos de dados, os criminosos possam aplicar golpes de phishing, quando pessoas comuns recebem um e-mail, telefonema ou mensagens de texto (SMS) por uma outra pessoa ou uma falsa empresa. O contato busca atrair e induzir a vítima a fornecer informações sigilosas como número do cartão de crédito, senhas e outras informações confidenciais.
O advogado Renan Farah explica que, apesar de as instituições bancárias terem implementado algumas mudanças para dar mais segurança à ferramenta, diariamente centenas de pessoas são vítimas de quadrilhas especializadas na fraude com o Pix. Segundo o especialista, as vítimas já têm mecanismos de pedir o ressarcimento dos valores perdidos por meio de golpes.
Desde 16 de novembro, o BC criou o chamado “mecanismo especial de devolução”, que trata da restituição dos valores em casos de falha no sistema e suspeita de fraude. “Segundo o artigo 41-A, a pessoa tem até 90 dias para comunicar a fraude ou falha e fazer a solicitação de ressarcimento, que deve ser direcionada ao banco em que foi realizado o pagamento, não ao que recebeu”, explicou.
O especialista ressaltou também que é preciso adotar cuidados para evitar prejuízos. “Desconfiar sempre. Tenha cuidado com vendas com valores de produtos muito abaixo do comum. Certifique-se que a pessoa com quem você está negociando é realmente quem diz ser e confirme todos os dados da conta antes de realizar a transferência”, aconselhou. “Toda atenção é necessária quando se trata do seu dinheiro”, completou o advogado.
O especialista em direito digital Antônio Carlos Marques Fernandes ressaltou que, caso aconteça qualquer tipo de golpe via Pix, a vítima deve procurar as autoridades responsáveis o mais rápido possível.
“Apesar desse vazamento gerar dúvidas, não é algo tão preocupante. O vazamento da chave Pix, só diz que aquela chave é de ‘tal’ pessoa. Porém é importante tomar alguns cuidados, tendo em vista a possibilidade da pratica do phishing“, afirmou Fernandes.
O advogado ressaltou que tudo que acontece na rede deixa rastros e citou também algumas dicas para o caso de alguém que tenha caído em algum desses golpes.
“Tudo que acontece na grande rede mundial de computadores deixa rastro, ou seja, qualquer golpe que aconteça vai ter rastro, tanto golpes que envolvam extração de dados, quanto os que acarretam em prejuízo financeiro“, afirmou.
“Pegue todas as provas que tem da fraude e leve para a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), porque ela consegue identificar o modus operandi da quadrilha, e isso ajudará a delegacia a criar um cerco para assim chegar até as pessoas que estão por trás desse tipo de golpe“, completou.
As pessoas que tiverem os dados cadastrais vazados a partir do incidente serão notificadas exclusivamente por meio do aplicativo dá acesso ou do internet banking da instituição nos próximos dias. Fonte: O Dia
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