* Por Hézio Jadir Fernandes Júnior
Outubro é o mês de conscientização do câncer de mama. Conhecido como “Outubro Rosa”, este mês é dedicado a campanhas realizadas mundialmente e que têm o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Em algum momento você já se perguntou o porquê da cor rosa para representar esta ação? Com certeza, não é por acaso. Este tipo de câncer é o que mais acomete mulheres em todo o mundo. Isso não significa que os homens também não sejam atingidos, mas isso ocorre em um índice muito menor.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, estima-se que em 2021 ocorrerão 66.280 novos casos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de 43,74 casos a cada 100.000 mulheres. Ainda de acordo com o INCA, a chance de se desenvolver câncer de mama cresce progressivamente a partir dos 40 anos, bem como a mortalidade relacionada a essa neoplasia.
Idade, sedentarismo, histórico familiar... São muitas as variantes que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Por outro lado, também há diversas formas de prevenção, tratamento e controle. E, sem dúvida, o diagnóstico precoce é o melhor aliado das mulheres nessa jornada.
É por este motivo que tantas empresas e instituições se debruçam em ações de conscientização e informação a fim de alertar mulheres de todo o mundo sobre a importância do autoexame, bem como da realização dos exames periódicos de mamografia. Um dos pontos de atenção é a mulher conhecer o próprio corpo desde o início do crescimento das mamas, que acontece na adolescência. Recomenda-se que o autoexame seja feito pelo menos uma vez ao mês, preferencialmente em data fixa, para que se identifique mudanças repentinas de textura ou a presença de caroços nas mamas.
Segundo o Instituto Oncoguia, diagnosticar o câncer precocemente aumenta significantemente as chances de cura: 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. Por isso, a mamografia é imprescindível, sendo atualmente o principal método para o rastreamento da doença.
Contudo, um dos mais relevantes impactos da pandemia na saúde da população foi justamente na dinâmica de consultas e exames periódicos, pois as pessoas passaram a ter receio de saírem de casa e, com isso, deixaram de fazer os acompanhamentos médicos de rotina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, das 11,5 milhões de mamografias que deveriam ter sido realizadas no ano passado, apenas 2,7 milhões foram feitas. Essa desaceleração brusca na realização desse exame é um fator de risco para milhares de mulheres e um alerta para a importância da campanha.
Assim, como oncologista especializado em câncer de mama, fica aqui meu recado às mulheres de todo o País: procurem seus médicos de confiança e retomem as consultas e exames periódicos, principalmente se vocês já passaram dos 40 anos. O câncer de mama é tratável e a sobrevida da paciente depende diretamente da detecção do tumor em estágio inicial, então o diagnóstico precoce é a sua principal arma contra o câncer que mata mais mulheres em todo o mundo.
Se ame e se cuide.
Hézio Jadir Fernandes Júnior é oncologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.
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