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sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Novo salário mínimo injetará R$ 81,7 bi na economia, estima Dieese

Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
O novo salário mínimo de R$ 1.621, previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026, representa um marco importante para a economia brasileira, com o potencial de injetar R$ 81,7 bilhões no mercado ao longo do ano. Segundo estimativas detalhadas do Dieese, esse montante considera não apenas o aumento direto na renda das famílias, mas também o estímulo ao consumo e o consequente incremento na arrecadação tributária.

A medida deve alcançar diretamente cerca de 61,9 milhões de pessoas, abrangendo um público diversificado que inclui 29,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, além de 17,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada, 10,7 milhões de autônomos e quase 4 milhões de empregados domésticos.

O reajuste nominal de 6,79% foi estabelecido seguindo a política permanente de valorização do salário mínimo, que busca garantir ganhos reais acima da inflação. No entanto, o cálculo para 2026 apresentou uma particularidade devido ao novo arcabouço fiscal. Para chegar ao valor final, somou-se a variação integral da inflação medida pelo INPC, que foi de 4,18%, ao crescimento do PIB de dois anos anteriores.

Embora o PIB de 2024 tenha registrado uma alta de 3,4%, o repasse desse crescimento foi limitado pelo teto de 2,5% imposto pelo novo regime fiscal da União. Essa combinação resultou no acréscimo de R$ 103 sobre o valor vigente anteriormente.

Do ponto de vista das contas públicas, o impacto é substancial, pois o salário mínimo atua como o principal indexador das despesas obrigatórias do governo federal.

O Dieese aponta que cada R$ 1 de aumento no piso nacional gera um custo adicional de R$ 380,5 milhões aos cofres públicos, totalizando uma pressão de R$ 39,1 bilhões apenas na Previdência Social para o próximo ano. Esse peso ocorre porque cerca de 70,8% dos beneficiários do INSS recebem exatamente o valor do piso, e 46% de todos os gastos previdenciários estão diretamente vinculados a esse reajuste. Assim, o grande desafio da gestão econômica será harmonizar o fortalecimento do poder de compra da população com a necessidade rigorosa de controle dos gastos e cumprimento das metas fiscais estabelecidas.

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