"A literatura nos mostra que estes hormônios atuam como agentes de proteção e prevenção contra danos às células nervosas", diz o ginecologista Jorge Valente
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A queda na produção dos hormônios sexuais – estrogênio, da progesterona e da testosterona – está relacionada com os fatores de risco para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer, tipo mais comum de demência neurodegenerativa. A explicação é do ginecologista Jorge Valente. “A literatura nos mostra que estes hormônios atuam como agentes de proteção e prevenção contra danos às células nervosas ”, destaca o especialista.
Segundo o Ministério da Saúde e a Associação Americana de Alzheimer (Alzheimer’s Association), o risco estimado de desenvolver Alzheimer aos 65 anos é de 17,2% para mulheres (aproximadamente uma a cada seis). Entre os homens este percentual cai para 9,1%.
“Nas mulheres a chegada da menopausa provoca uma perda relativamente rápida da progesterona e do estradiol. Em nível de comparação a diminuição da testosterona nos homens ocorre de maneira significativa, porém gradual”, destaca Valente. “Importante sempre lembrar que apenas um médico poderá avaliar e prescrever a melhor terapia para cada paciente. Ao sinal de quaisquer sintomas do Alzheimer estes devem ser relatados a um profissional para que ele os avalie”.
O Alzheimer é caracterizado por várias alterações patológicas no cérebro, entre elas a morte e degeneração das células. É comum o desenvolvimento de problemas de memória, de comportamento e pensamentos, sintomas que surgem de maneira discreta nos primeiros estágios da doença e que vão se intensificando conforme os danos ao cérebro evoluem.
Estilo de vida
A conexão do Alzheimer com a menopausa está também relacionada em diversos estudos e revisões literárias, entre elas a “Sexo feminino e risco de Alzheimer: a conexão da menopausa”, publicada na National Library of Medicine. Segundo a publicação, estudos de imagem cerebral demonstram que mulheres de 40 a 60 anos de idade exibem um endofenótipo de doença de alzheimer (DA) caracterizado por diminuição da atividade metabólica. “Neste sentido temos observado tanto através dos estudos, quanto do acompanhamento diário na prática clínica, que os hormônios são antioxidantes do sistema nervoso central e o Alzheimer é uma doença ligada a neuro inflamação”, conclui Valen.
Pós-graduado em Medicina Ortomolecular e em Longevidade, Jorge Valente ressalta que o estilo de vida também é importante. “A alimentação saudável e prática regular de atividade física, associados a reposição hormonal, são muito importantes na prevenção e no retardamento e tratamento da doença. Isso porque os estrogênios, assim como os andrógenos, exercem uma ampla gama de ações protetoras, que agem na melhoria dos múltiplos aspectos da saúde neural. Tendo, portanto, potencial para combater a patogênese da DA”.
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