A Embaixada da República da Coreia enviou um ofício a duas prefeituras de cidades baianas para coletar informações sobre o caso de cinco crianças encontradas mortas em uma vala no município Formosa do Rio Preto, no oeste do estado. A equipe da TV Oeste, afiliada da TV Bahia, teve acesso com exclusividade ao documento nesta segunda-feira (9).
O documento, enviado no dia 30 de abril, é direcionado às prefeituras de Formosa do Rio Preto e Barreiras. É destacado no material o pedido de apoio das autoridades locais.
No ofício é citada a Convenção de Viena, que estabelece um tratado entre países para mútua colaboração. São mencionados dois diplomatas que seguiriam para a cidade em busca de mais informações. Eles são identificados como Gun Hwa Kim, ministro e encarregado de negócios, e a cônsul Kyung Mi Nam.
Não é indicado no documento quando os diplomatas chegam na cidade. Por meio de nota, a prefeitura de Formosa do Rio Preto confirmou o recebimento do ofício emitido pela embaixada. No entanto, garantiu que não houve reunião entre representantes do órgão e a gestão municipal. A prefeitura afirmou que vai colaborar no que for de sua competência.
Já a Polícia Civil informou que a apuração está em andamento e que detalhes não são divulgados para não interferir no andamento do caso.
MPT apura mortes
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) informou que apura três possibilidades para a morte das crianças coreanas: acidente, trabalho infantil ou negligência. Um inquérito foi aberto pelo órgão para investigar o caso.
De acordo com o MPT, a tragédia pode ter sido acidental, causada pela falta de sinalização e proteção no local da obra; por negligência, caso a sinalização e/ou área de proteção tenham sido obstruídas; ou por causa de trabalho infantil, que é considerado ilegal.
O MPT-BA destacou que nenhuma das hipóteses é descartada. O órgão público ainda salientou que a segurança da obra é de responsabilidade de quem a executa, e que o local deve contar com medidas de segurança e sinalização adequadas.
Até o momento, não há informações sobre quem teria aberto a vala que, segundo a Polícia Civil, teria sido feita para melhorar as condições sanitárias do local, porém, ainda não há detalhes sobre quem é o responsável pela construção.
As cinco crianças coreanas saíram para brincar e foram encontradas mortas em uma vala, na cidade de Formosa do Rio Preto, no dia 29 de abril, na fazenda Paraíso, que fica dentro da Vila dos Coreanos, onde vivem cerca de dois mil asiáticos e descendentes.
De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu por volta das 12h, no entanto, os pais das vítimas sentiram falta das crianças por volta das 15h. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado quando os corpos foram encontrados pelos familiares, porém, as equipes já encontraram os pequenos sem vida.
Os corpos foram enterrados no dia 1º de maio, em um cemitério particular que fica na Vila dos Coreanos, onde ocorreu a tragédia. O acesso à comunidade é restrito às 160 famílias que habitam o local.
Duas vítimas tinham 11 anos, outras duas tinham 7 e a mais nova, tinha 6. Todas estudavam na rede municipal de ensino. A prefeitura decretou luto de três dias por causa da tragédia.
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