"Não vejo risco de ruptura da legalidade institucional no Brasil", disse Aldo
Foto: Agência Câmara
O ex-ministro da Defesa e ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PDT), comentou sobre as especulações acerca de um possível golpe do presidente Jair Bolsonaro (PL), supostamente inconformado com o resultado das eleições em outubro. Em entrevista ao Congresso em Foco, publicada no domingo (29), Rebelo afirma que falta apoio das Forças Armadas para o chefe do Executivo. bahia.ba/eleicoes2022
“Não vejo risco de ruptura da legalidade institucional no Brasil e muito menos que isso possa ocorrer com apoio das Forças Armadas. É evidente que há círculos do governo que gostariam de contar com esse apoio institucional para aventuras antidemocráticas, mas não creio que venham a alcançar qualquer êxito neste objetivo”, afirma Aldo, hoje filiado ao PDT.
Para Aldo Rebelo, o Brasil de hoje está longe de reunir as condições que tornaram possível o golpe militar de 1964. Naquela ocasião, recorda ele, o movimento contava com o apoio de empresários, da igreja com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da imprensa, da classe média e mesmo de setores do movimento sindical e estudantil. Externamente, tinha o apoio dos Estados Unidos. E, claro dos militares.
Aldo afirma ainda que os eventuais apoios que Bolsonaro pode ter não são institucionais, mas somente de alguns setores mais radicais. “Uma aventura golpista não contaria com base política e social para sustentá-la por mais de 24 horas”, aposta o ex-ministro.
Ainda durante a entrevista, Aldo criticou a falta de interlocução entre as Forças Armadas, as forças progressistas e a imprensa brasileira. Para ele, essa falta de entendimento entre as partes cria um “ponto cego” que acaba dificultando a compreensão do real papel que os militares exercem na sociedade. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro se beneficia dessa falta de compreensão para realizar ameaças.
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