Os dados integram relatório 'Presença de Militares em cargos e funções comissionados do Executivo Federal', que faz parte da série 'Atlas do Estado Brasileiro'
Foto: Isac Nóbrega/PR
O governo de Jair Bolsonaro foi responsável por elevar em 70% a presença de militares em cargos de natureza civil na administração federal, mostra estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). A pesquisa levou em consideração o período de 2013 a 2021, englobando os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Durante o período, constatou-se que a presença de militares em cargos e funções comissionadas aumentou 59%.
A pesquisa mostra porém que houve uma aceleração considerável a partir de 2019, quando Bolsonaro chega ao Planalto. Em 2018, o número total de militares na administração federal era de 2.372 funcionários e foi para 3.041, em 2021, crescimento de 28%. Em cargos civis, foi de 638 para 1.085. Ao mesmo tempo, o governo editou oito decretos que ampliam a possibilidade de militares integrarem a estrutura burocrática da União.
Os dados integram relatório “Presença de Militares em cargos e funções comissionados do Executivo Federal”, coordenado pela pesquisadora Flávia de Holanda Schmidt, ainda em publicação preliminar, que faz parte da série “Atlas do Estado Brasileiro”. O cálculo dos números se refere ao quadro geral, ou seja, inclui os cargos que são naturalmente ocupados por integrantes das Forças Armadas. Quando se leva em consideração apenas o número de militares em postos civis, o aumento é de 193%, quase três vezes mais.
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