De acordo com o levantamento "Desigualdade Racial nas Eleições Brasileiras", do Núcleo de Estudos Raciais do Insper, em quase todos os estados, o número de deputados negros é menor do que seria esperado
Foto: Najara Araujo/ Câmara dos Deputados
Candidatos brancos têm pelo menos o dobro de chance de serem eleitos deputado federal ou estadual na comparação com candidatos negros. Esta é a conclusão do estudo “Desigualdade Racial nas Eleições Brasileiras”, de autoria dos economistas Sergio Firpo, Michael França, Alysson Portella e Rafael Tavares, pesquisadores do Núcleo de Estudos Raciais do Insper.
Segundo o levantamento, houve 3.117 candidatos negros disputando uma vaga na Câmara em 2018. Com 124 eleitos, a taxa de sucesso foi de 3,98%. No caso dos brancos, houve 4.425 candidatos e 386 eleitos, com uma taxa de sucesso de 8,72%.
Essa disparidade, contudo, pode ser ainda maior, porque o estudo levou em conta o banco de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), baseado em autodeclaração e sujeito a fraudes ou erros, com aumento artificial das candidaturas negras.
Os dados também mostram que, em quase todos os estados, o número de deputados negros é menor do que seria esperado levando-se em conta a divisão racial.
Os casos mais extremos são Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, que não elegeram nenhum deputado federal negro. No primeiro estado, o percentual de equilíbrio seria de 64%, ou 5 negros entre os 8 congressistas. No segundo, 21%, em torno de 6 ou 7 deputados negros entre 31 eleitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário