Hoje, dia 30 de maio é celebrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla com o objetivo de dar mais visibilidade para a doença autoimune que acomete o sistema nervoso central e se não tratada a tempo pode deixar o paciente com incapacidade neurológica.
Segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) enquanto algumas pessoas com EM convivem com pouca incapacidade durante a vida, em torno de 60% podem tornar-se impossibilitados de andar sem assistência, cerca de 20 anos após o início da doença.
Por isso a importância de alertar para o tratamento precoce dessa doença que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados em 2013, atingem cerca de 40 mil brasileiros.
O coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí e coordenador da Neurologia do Hospital e Clínica de São Gonçalo, Dr. Guilherme Torezani explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune, que acaba atacando algumas áreas do cérebro e comprometendo o sistema nervoso central e que dependendo da área do cérebro inflamada, vários sintomas podem surgir de forma súbita ou em poucos dias, ao que chamamos surtos de doença.
“Se o paciente não investigar com um neurologista, a doença vai piorando. Justo por isso, falamos em diagnóstico precoce”, alerta Torezani.
Para Viviane Tavares, também neurologista do Hospital Icaraí, a esclerose é uma doença multifatorial. Ou seja, não existe apenas uma única causa para o seu aparecimento. A médica explica que o paciente já tem uma predisposição genética para a doença e que ao interagir com alguns fatores ambientais, ele pode ou não desenvolver.
“Esses fatores ambientais podem ser as infecções virais, sendo a mais comum pelo vírus Epstein-Bar, o tabagismo, a obesidade e ainda níveis reduzidos de Vitamina D no sangue”, explica a neurologista.
Em relação aos sintomas eles costumam variar de acordo com a região do sistema nervoso que foi acometida. Desse modo, podem ocorrer fadiga, alterações no intestino, dores , alterações visuais unilaterais, dores oculares, dormências e sintomas de sensibilidade, fraqueza, alterações de força muscular, alterações de coordenação e equilíbrio em tarefas mais específicas e no caminhar entre outras.
“Por isso que o tratamento deve ser feito de forma precoce e regular com um profissional especializado que é o neurologista. Esse profissional busca o menor grau de incapacidade possível do paciente. Muitas vezes esses pacientes são jovens, com toda uma vida pela frente. Então é essencial evitar as incapacidades que a doença possa gerar trazendo mais qualidade de vida”, alerta a médica.
A esclerose múltipla pode aparecer em qualquer pessoa, porém acomete mais mulheres jovens, entre 20 a 40 anos.
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