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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Vítima de golpes em cartão de crédito luta na Justiça para que fraude seja reconhecida

por Vitor Castro
Foto: Bahia Notícias / Vitor Castro
Ofertas que chegam por e-mails, sites e perfis falsos em redes sociais têm sido as formas mais utilizadas por estelionatários para aplicar golpes através de cartões de crédito de acordo com a Serasa. Mas os criminosos inovam cada vez mais e chegam a se valer até mesmo de uma compra verdadeira para forjar os dados e clonar cartões de crédito.

Foi assim que a compra de um carro novo efetuada no estado de São Paulo pelo médico Albino Moreira se tornou um pesadelo. Após fazer a transação e enviar para a financeira algumas informações, seus dados foram vazados. “Abri o aplicativo do banco e tomei um susto. Além do meu cartão, havia mais dois. Um Visa Platinam e um Golden. Um com R$ 10 mil de gasto e outro com quase R$ 4 mil. Desesperei”, contou relembrando a situação que teve início em novembro do ano passado.

O médico contou que, após a descoberta do crime, entrou em contato com o Banco Central (BC) através do número 145. Foi ai que ele descobriu uma situação mais complicada do que já imaginava. “Quando vi, já constava nos registros do Banco Central uma conta no Nubank, outra no Itaú e a do Bradesco com dois cartões”, disse.

Ainda de acordo com Albino, o BC notificou todas as instituições financeiras que tomaram, ainda que em passos lentos, as devidas providências. “Só que no Itaú, além de abrirem uma conta em Brasília, abriram uma conta no Itaú Personalité com dois cartões blacks. Um cartão já tinha mais de R$ 45 mil de gasto, outro já tinha quase R$ 15 mil e na conta eles não quiseram me dizer o valor. Mas um gerente daqui me disse que já tinha mais de R$ 100 mil gasto. Tanto que eles estão me cobrando quase R$ 18 mil reais de cheque especial de uma conta falsa”, contou.

Em meio às idas e vindas judiciais, uma audiência aconteceu na última semana, mas, segundo Albino, o banco Itaú não voltou atrás na cobrança do débito do cheque especial. “Minha preocupação é o Imposto de Renda. Imagine que a Receita já sabe que existe uma conta no meu nome no Itaú que os caras já usaram mais de R$ 200 mil. Como eu vou justificar isso para na declaração se não tem um documento do banco dizendo que a conta é falsa”, indagou.

Ao Bahia Notícias, o Banco Central informou que, nestes casos, a orientação é que o cidadão procure a polícia e registre um Boletim de Ocorrência (o Banco Central não tem competência para investigar crimes). Para verificar a possibilidade de ressarcimento, o cidadão deve entrar em contato com o seu banco ou o banco do suposto golpista. Caso não tenha sucesso, o cidadão pode registrar uma reclamação no BC.

Ainda de acordo com o BC, “em qualquer hipótese, o cidadão pode procurar também o Procon do seu estado ou o Poder Judiciário”. O BN também procurou os bancos citados pela vítima para saber contato para saber quais medidas de segurança são adotadas para impedir que crimes como este aconteçam, e ainda, se há uma frequência de crimes como estes ocorrendo com os clientes de cada uma das empresas.

Por meio de assessoria de imprensa, o Nubank informou que uma equipe especializada entrou em contato com o cliente e prestou os devidos esclarecimentos. A instituição disse ainda que acredita que a proteção dos usuários deve ser feita a partir de ferramentas de segurança que permitam que os clientes mantenham o controle de suas vidas financeiras, “além de hábitos e comportamentos que reduzam as vulnerabilidades do seu dia a dia. Por isso, disponibiliza conteúdos educativos em seu blog e realiza campanhas educacionais para instruir seus clientes”, disse em nota.

O PagBank PagSeguro, onde também foi solicitada uma máquina de cartão de crédito em nome da vítima, disse que, no caso específico de Albino Moreira, não foram identificados nenhum pedido de maquininha, mas sim um cadastro utilizando o CPF dele. Além disso, foi constatado o recebimento de R$ 3 mil via Pix, oriundo de mesma titularidade com procedência de outro banco, possivelmente fraudado.

“O PagBank PagSeguro efetuou o bloqueio desta conta por recebimento suspeito, sendo o valor ressarcido ao senhor Albino em 06/12/2021, evitando prejuízos ao mesmo. Reiteramos que o PagBank PagSeguro segue todos os padrões de segurança, temos processos e soluções de segurança para que nossos clientes usem com tranquilidade todos os nossos serviços”, reforçou a instituição.

Já o Itaú Unibanco, onde ainda constam débitos do cheque especial em nome de Albino, informou que, “assim que tomou conhecimento da contestação do senhor Albino Moreira, apurou o caso de forma tempestiva e adotou as medidas necessárias para breve resolução, sem qualquer prejuízo para ele”.

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