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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Protesto em Curitiba contra morte de Moïse expõe tensão após ato em igreja; entenda

Foto: Reprodução / G1 / Victor Hugo / RPC
Um grupo de moradores e integrantes de movimentos sociais da cidade de Curitiba se reuniram, neste sábado (5), no Centro histórico da cidade em protesto ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe, morto no último dia 24 no Rio de Janeiro.

De acordo com o Portal G1, o ato ocorreu em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário construída e destinada a negros escravizados. Os manifestantes pediam por justiça e gritavam contra a normalização da barbárie. O ato terminou dentro da própria igreja, o que rendeu polêmica após os manifestantes serem liderados pelo vereador Renato Freitas (PT).

“Nós migramos com os nossos direitos aqui para o Brasil, então, tudo isso tem que ser respeitado. Moïses morreu hoje por desrespeito por ser imigrante, por ser congolês. Mas, amanhã, pode ser eu”, disse Gloire Nkialulendo, presidente da Associação de Africanos de Curitiba (Bomoko).

Já o congolês Richard longo, também presente na manifestação, afirmou que ele e outros imigrantes querem crescer com o Brasil. “A gente não está aqui no Brasil para tomar o lugar de ninguém. A gente está aqui para estudar, pra crescer junto com o país. Pagamos os nossos impostos, ajudamos o país a crescer".

TENSÃO
O vereador petista defendeu a apropriação do espaço da igreja para realizar a mobilização. “É uma igreja que foi construída em 1737, justamente porque os negros, nossos ancestrais, não podiam frequentar outras igrejas que eram frequentadas por brancos e tiveram que fazer uma igreja apenas para si. Então essa igreja tem um valor simbólico enorme pra gente. Por isso a gente entrou e reivindicou a valorização da vida”, afirmou o vereador, de acordo com o Estadão.

Todavia, a arquidiocese de Curitiba repudiou o ato, classificando-o como "comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos", "profanação injuriosa" e "agressividades e ofensas". "Não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo", indicou o arcebispo Dom José Antonio Peruzzo, por meio de nota.

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