Fala infame sobre o assassinato do congolês Moïse
Ricardo Noblat * Rafaela Felicciano/Metrópoles
Das dezenas de falas de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, criada para preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira, talvez a mais infame tenha sido esta:
“Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”.
O congolês Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, socos e pontapés em um quiosque da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. O caso chocou o país e repercutiu no mundo. Bolsonaro nada disse a respeito até agora. Em compensação…
No último dia 7, Bolsonaro foi às redes sociais criticar um grupo de manifestantes que entrou em uma igreja em Curitiba, no Paraná, para protestar contra o assassinato de Moïse. Escreveu:
“Acreditando que tomará o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo. Se esses marginais não respeitam a casa de Deus, um local sagrado, a quem irão respeitar?”.
Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, enviou mensagem a membros do governo dizendo que não dá mais para Camargo permanecer à frente da Fundação Palmares. Quer porque quer que ele seja demitido.
Quanto a Bolsonaro…
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