Foto:Ricardo Moraes/Reuters
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga o incêndio no Ninho do Urubu vai solicitar à prefeitura do Rio de Janeiro a lista de quem assinou os 31 autos de infração aplicados ao Flamengo por conta da interdição do espaço. A decisão foi tomada pelo presidente da CPI, o deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL), na reunião de sexta feira 14.
“Quero saber quem assinou esses autos de infração e por que não tomou nenhuma atitude para resolver a questão do alvará de funcionamento”, disse.
Ninho do Urubu é a forma popular como é conhecido o Centro de Treinamento do Flamengo situado em Vargem Grande, bairro da zona oeste do Rio. O local era usado para treinamento das categorias de base do clube, mas não possuía alvará de funcionamento. Em fevereiro do ano passado, um incêndio em contêineres estruturados para dormitórios causou a morte de 10 adolescentes.
Alexandre Knoploch anunciou a solicitação ao município após o ex-vice presidente de Patrimônio do Flamengo, Alexandre Wrobel, declarar na CPI que não sabia que o Centro de Treinamento funcionava sem alvará. “Sei de todos os detalhes das construções dos prédios, mas não sabia de forma nenhuma dos contêineres. Não fazia ideia de como eles dormiam e quantos dormiam. Não era minha competência, meu trabalho era estratégico”, disse.
O atual vice-presidente Jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, criticou a administração anterior do clube. “Chamou a minha atenção que todos os membros da gestão passada alegam que não têm conhecimento da interdição”, disse. Apesar de convocado, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, não compareceu. Ele também já havia se ausentado de outra reunião da CPI, ocorrida na semana passada.
A ausência gerou críticas por parte de Mariju Maciel, advogada da família de Pablo Henrique da Silva, um dos atletas que faleceram. Ela, no entanto, viu uma melhora na relação com o clube. “Acho que estava faltando um pouquinho de humildade e humanidade. A gente agradece à vinda de membros da diretoria e a solidariedade que prestaram, mas isso não inclui o presidente Rodolfo Landim, que entendeu que tinha compromissos mais importantes hoje”.
Também foi ouvida Sandra Nunes, representante da Secretaria Municipal de Fazenda, pasta que estabeleceu multas em 31 autos de infração, o primeiro deles em outubro de 2017. “O Flamengo recebeu o auto de infração e foi afixado um papel com o aviso da interdição no local. Como isso não acorreu, o clube recebeu 31 autos de infração até fevereiro de 2019”, disse. O clube chegou a quitar a multa em 10 deles. Agencia Brasil
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