O governo se prepara para cortar fortemente a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano nos cálculos dos ministérios da Fazenda e do Planejamento que balizam as projeções de arrecadação e ditam o ritmo de gastos federais. Atualmente, a estimativa está otimista em 4,5%, mas deverá ser reduzida para algo como 2,7% a 3%.
Ainda assim, será algo superior ao previsto pelo Banco Central, que trabalha com 2,5%, e pelo mercado financeiro, que aposta em 2,01%, com tendência de novas quedas. Os números usados pela Fazenda e Planejamento normalmente são mais altos que os do BC porque têm um componente político, servem para sinalizar a intenção do governo.
O ajuste na estimativa de crescimento, considerado inevitável no meio técnico, deverá ser oficializado no próximo dia 20, quando está prevista a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias referente ao terceiro bimestre de 2012. É com base nesses cálculos que o governo decide se libera mais dinheiro, corta mais despesas ou deixa tudo como o programado.
Com o PIB menor, a projeção de arrecadação com impostos e contribuições para 2012 também deverá encolher. O Estado publicou em sua edição de domingo que a chamada receita administrada, exatamente a composta por impostos e contribuições recolhidos pelo Fisco, já está cerca de R$ 20 bilhões abaixo do previsto, como reflexo da retração econômica.
Para evitar cortes de gastos, que afundariam ainda mais a economia, é possível que o governo recorra a outras fontes de receitas, como dividendos das empresas estatais e a chamada receita não administrada, formada por taxas específicas recolhidas por órgãos públicos, por exemplo. O próprio secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, adiantou que poderia lançar mão dessa estratégia. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/
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