Pelo segundo dia consecutivo, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) subiu hoje à tribuna do Senado para se defender das acusações de ligação com os negócios do empresário Carlos Cachoeira.
O ex-líder do DEM fez ataques à Polícia Federal e disse ser vítima de uma "campanha de demolição" da sua honra para cassar o seu mandato --cenário que poderá, segundo o senador, se repetir contra outros parlamentares.
"Hoje, eu sou a bola da vez. Se a tramoia der certo e me amputar o mandato, daqui a pouco pode se repetir com outra vítima, outro senador", afirmou em tom de alerta aos colegas.
Demóstenes disse que a PF descumpriu a Constituição Federal ao grampear suas conversas telefônicas sem autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que tem foro privilegiado por ser congressista. Segundo o senador, a PF selecionou quatro delegados e dez agentes para investigá-lo "o dia inteiro" com o objetivo de encontrar indícios de ilegalidades.
"Das 250 mil horas de gravações, foram pinçadas frases com o objetivo de enlamear minha biografia. Ninguém duvidava da fonte. Seu autor era um tira hermeneuta que relatou com fidelidade o que ouviu. Esse foi o enredo de criação da atmosfera para, de repente, eu ser um caso sem jeito", afirmou.
O ex-líder do DEM fez ataques à Polícia Federal e disse ser vítima de uma "campanha de demolição" da sua honra para cassar o seu mandato --cenário que poderá, segundo o senador, se repetir contra outros parlamentares.
"Hoje, eu sou a bola da vez. Se a tramoia der certo e me amputar o mandato, daqui a pouco pode se repetir com outra vítima, outro senador", afirmou em tom de alerta aos colegas.
Demóstenes disse que a PF descumpriu a Constituição Federal ao grampear suas conversas telefônicas sem autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que tem foro privilegiado por ser congressista. Segundo o senador, a PF selecionou quatro delegados e dez agentes para investigá-lo "o dia inteiro" com o objetivo de encontrar indícios de ilegalidades.
"Das 250 mil horas de gravações, foram pinçadas frases com o objetivo de enlamear minha biografia. Ninguém duvidava da fonte. Seu autor era um tira hermeneuta que relatou com fidelidade o que ouviu. Esse foi o enredo de criação da atmosfera para, de repente, eu ser um caso sem jeito", afirmou.
Demóstenes criticou o fato de o Conselho de Ética do Senado não ter permitido a realização de perícia nos áudios feitos pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que flagraram sua ligação com Cachoeira. Perito contratado pela defesa do senador sustenta que houve adulteração dos áudios, com edições e o vazamento seletivo de informações para prejudicá-lo.
"O exame técnico do perito é cristalino. Vou repetir a conclusão: associado à falta de documentação técnica, são observados robustos indícios de edições nas informações acostadas aos autos. Evidências que mesmo sem análise do material original foram possíveis de ser demonstradas", afirmou.
O senador negou ter pedido R$ 3.000 a Cachoeira para pagar um jato e disse que os diálogos flagrados pela PF não comprovam sua participação no suposto esquema ilegal comandado pelo empresário.
"Deixei de ser gordo em janeiro de 2009, não ligaram o apelido às pessoas. Se o diálogo tinha 'gordinho' e punham meu nome, mais um furo de reportagem. Assim se desenhou o atual cenário. Quando a vítima se deu conta, foi transformada em algoz."
Num apelo aos colegas, Demóstenes pediu que seja julgado pelos fatos e não por "interpretações dissociadas da realidade". E disse acreditar que o Senado não vai cassar o seu mandato para fazer justiça. "O que fica mal para o Senado é sacrificar um mandato em meio a um clima tramado para ejetar um senador. Sou inocente e o tempo provará isso."
Demóstenes prometeu fazer discursos diários na tribuna do Senado para se defender das acusações de ter usado o mandato para atuar em favor dos negócios de Cachoeira. Amanhã, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado votará seu processo de cassação. Se aprovado, segue para votação secreta no plenário do Senado na semana que vem. Da Folha.com
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