‘Não podemos mais ficar parados vendo esses juros frearem o desenvolvimento do país’, protestou o líder do governo Lula no Congresso
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Líder do governo Lula (PT) no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido) informou que convocará o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para explicar a manutenção da taxa Selic em 13,75% pela sétima vez seguida, medida anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC na última quarta-feira (21).
“Estou apresentando requerimento para convocar, de imediato, o Sr. Roberto Campos Neto para prestar explicações junto à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado”, informou o parlamentar em entrevista à GloboNews e em publicação nas redes sociais, nesta sexta-feira (23). “Não podemos mais ficar parados vendo esses juros frearem o desenvolvimento do país”, protestou o senador.
Os juros altos têm sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início de seu terceiro mandato. O petista vem ganhando cada vez mais aliados na cobrança de juros mais baixos, incluindo políticos e até empresários, que apontam dificuldade de investimento diante de juros proibitivos.
Após o anúncio do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que com a manutenção da Selic em 13,075% “estamos contratando um problema”. “É isso que essa decisão significa. Está contratando inflação futura e aumento da carga tributária futura. É isso que está sendo contratado”, argumentou.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi ainda mais contundente, pedindo o afastamento do presidente do BC, a quem acusa de “sabotagem” ao governo Lula, por alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Está na hora do Senado agir, com os poderes que a lei confere, para cobrar Campos Neto e a diretoria bolsonarista do Banco Central. Sabotam a economia e atuam propositalmente contra o país. Não há mais como tolerar esta situação. O certo é a saída desse pessoal”, defendeu Gleisi.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) da Câmara Federal, o deputado Félix Mendonça (PDT) também cobrou a demissão de Campos Neto e da diretoria do BC. Para o pedetista, a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros no “patamar altíssimo” de 13,75% “se assemelha a um crime de lesa-pátria”.
“A independência do Banco Central tem limites estabelecidos na legislação. Caso a instituição não cumpra com suas obrigações, não atue em defesa do país, a exoneração da diretoria pode ser solicitada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Senado. Algo precisa ser feito urgentemente porque a prioridade do BC é enriquecer os banqueiros do país, os únicos a quem interessa os juros altos”, afirmou Félix.
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