Trabalhadores explorados chegaram à Bahia na última semana
Chegada a maioridade, um morador pobre e desempregado de São Domingos, no Nordeste baiano, vê dois caminhos: permanecer, empregado no comércio, prefeitura e roçado, ou ir embora. Quando a segunda opção é a escolhida, o nome de um conterrâneo surge – Pedro Augusto de Oliveira Santana.
Durante pelo menos 12 anos, Pedro Augusto levou gente de São Domingos para trabalhar em latifúndios no Mato Grosso e também avícolas e vinícolas no Rio Grande do Sul. O empresário é acusado de submeter mais de 200 trabalhadores a condições análogas à escravidão.
Na terra natal de Pedro, conhecido por “filho de Dona Abelita”, a notícia das infrações trabalhistas cometidas pela empresa dele não chegou a surpreender – eram conhecidas. Quem não viveu trama parecida, conhece quem sim. “Muitas pessoas sabem como é, mas as pessoas aqui, muita gente não tem renda, e vão. Fizeram como eu”, conta uma das vítimas.
A rede de atuação do empresário envolveu, em mais de uma década, intermediários que recrutavam, nos interiores e em Salvador, profissionais interessados em trabalhos temporários no oeste e sul do país. O esquema de prestação de serviços terceirizados beneficiou diretamente, neste início de ano, três grandes vinícolas brasileiras: Salton, Aurora e Garibaldi.
O ciclo do que seriam três meses bem-sucedidos rompeu no dia 22 de fevereiro – ao longo da última semana, novas denúncias surgiram. Leia mais no CORREIO
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