"No mínimo"
Foto: Reprodução/TV Bahia
Na edição do Bahia Meio-Dia da Rede Bahia nesta quarta-feira (1º), Jessica Senra repudiou a fala do vereador do Rio Grande do Sul, Sandro Fantinel (Patriota-RS), sobre os baianos resgatados de trabalho análogo à escravidão.
A jornalista criticou a fala do parlamentar que disse que a cultura do baiano é bater “tambor”, fez uma reflexão do acolhimento do Brasil aos Europeus e pontuou a importância da perda do mandado como vereado.
“Esse vereador ficou revoltado porque os trabalhadores escaparam e denunciaram as condições degradantes. A gente toca até tambor muito bem, temos praias lindas, mas essa não é nossa única cultura não, viu, vereador? A nossa cultura também é de não se deitar pra autoritários, para tiranos, para senhores de engenho”, afirmou Jessica.
“Agora veja a ironia, o Rio Grande do Sul foi um estado colonizado por imigrantes europeus, especialmente os alemães e também italianos. Esses imigrantes não eram pessoas ricas que vieram investir no Brasil, ao contrário, eram pessoas fugindo de crises econômicas na Europa que receberam inúmeros benefícios do Brasil, para aqui se instalarem, desde a passagem à custa do governo brasileiro, conceção de terra, subsídio financeiro, até roupas e animais para criar. Hoje, esse vereador de um estado construído aí com a força de pobres imigrantes discrimina pessoas humildes em busca de oportunidades de trabalho. Ignorando a sua história se crê superior social e economicamente”, refletiu.
“A xenofobia é aquele comportamento que rejeita, que exclui, que discrimina, que difama pessoas com base na percepção de que são estrangeiras a comunidade. É aversão, é o medo, a antipatia de quem vem de fora. Muitas vezes tá atrelada a uma ideia equivocada de que os estrangeiros representariam um prejuízo ao sucesso econômico do cidadão ou de uma região ou país. O medo da escassez, da crise econômica, somados a preconceitos de estereótipos geram esse ódio”, analisou.
“Eu costumo dizer que o preconceito é antes de tudo ignorante, acredito que os preconceitos costumam ser alimentados por estereótipos de comentários discriminatórios por falta de conhecimento. O racista por exemplo que aqui no Brasil diminui pessoas pela cor da pele e geralmente não conhece toda riqueza e a beleza da cultura negra, mas o escrito mineiro Luiz Ruffato disse uma vez que é um importante diferença entre ignorância e burrice. Enquanto a ignorância, a falta de conhecimento sobre determinado assunto a burrice, é a incapacidade de compreender a realidade. Por teimosia ou arrogância. Ou seja, a ignorância é justificada muitas vezes por causa da baixa escolaridade da deficiência do sistema de ensino já a burrice é imperdoável porque está nas pessoas que se apegam a ideias pré-concebidas, preconceitos independentemente do nível de disfunção, da classe social a que pertence. A burrice costuma vigorar em locais permeados pela intolerância por essa sensação equivocada de superioridade pra ignorância é o antídoto é o já pra burrice é necessária uma forte repressão social”, pontuou.
“Nesse caso com punições exemplares como por exemplo e no mínimo a perda de mandato deste homem que se mostra indigno de representar um povo miscigenado como o povo brasileiro”, concluiu Jessica.
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