Estudo da USP e da AMB também revela desigualdade nas regiões
Desigualdade na distribuição de médicos pelo país é o que revela o levantamento Demografia Médica no Brasil 2023, divulgado na manhã desta quarta-feira (08), que foi realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, a Universidade de São Paulo; e da AMB, a Associação Médica Brasileira.
A maior parte dos mais de 562 mil médicos do país está concentrada nas regiões Sudeste, 3,39 médicos para cada mil habitantes; Centro Oeste, com a proporção de 3,1 médicos por mil habitantes; e Sul, com 2,95 médicos por mil habitantes. Por outro lado, a Região Norte conta com 1,45 médico por mil habitantes; e, a Nordeste, 1,93 médico por mil habitantes. Para se ter um parâmetro, nos países da OCDe, a média é de 2,70 profissionais por mil habitantes.
Para o presidente da AMB, Cesar Fernandes, a reedição do programa Mais Médicos pode ajudar a resolver o problema dos apagões de médicos em várias regiões do país de forma mais emergencial. Porém, ele também defende como solução permanente a criação da carreira de médico de Estado de forma a atrair e fixar médicos em regiões mais remotas.
Para o coordenador da pesquisa e professor da Faculdade Medicina da USP, Mario Scheffer, essa desigualdade está dentro de outra, que é a proporção de médicos no serviço público e privado, conforme explicou.
Já a pesquisadora e professora da UFRJ, Lígia Bahia, explica que isso causa outro problema, que é a desigualdade entre o número de consultas médicas de pessoas que têm acesso a plano de saúde privado e as que usam o SUS – o Sistema Único de Saúde.
Outros dados da pesquisa mostram que as mulheres serão maioria entre os profissionais já em 2024. Há ainda a projeção de que em 2035 o país alcance 1 milhão de médicos.
O objetivo do estudo divulgado nesta quarta-feira (08) é justamente apontar quais devem ser as prioridades nas políticas públicas para direcionar esse grande contingente de profissionais. Agencia Brasil
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