Empresas estão sofrendo com fim de programas governamentais, dívidas renegociadas no passado, juros altos, inflação persistente e consumo fraco
Por Estadão Conteúdo
A onda de recuperação judicial esperada para 2020, por causa das restrições da pandemia da Covid-19, chegou com quase três anos de atraso. As empresas brasileiras estão sofrendo com o fim de programas governamentais, o vencimento de dívidas renegociadas no passado com bancos, juros altos (a Selic está em 13,75%, o maior patamar desde 2017), inflação persistente e consumo fraco.
Em meio a esse cenário, companhias estão recorrendo à Justiça para ganhar tempo, arrumar a casa e preservar o negócio. O volume de recuperações judiciais requeridas em janeiro foi o maior para o mês em três anos, segundo dados da Serasa Experian, e a perspectiva é que haja um boom de pedidos de recuperação e de falências até abril, dizem consultorias.
Pesos-pesados do mercado e empresas tradicionais deram mostras de esgotamento financeiro. A Oi, que saiu da recuperação judicial em dezembro, fez um pedido de tutela judicial que indica uma segunda recuperação (para honrar as dívidas da primeira). Dona da Ortopé, a DOK Calçados entrou com pedido de proteção judicial contra seus credores.
Já a Pan, de chocolates, e a Livraria Cultura não resistiram e foram à falência (no caso da Cultura, a medida foi revertida por liminar na semana passada). A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial, em um caso particular de problemas nos seus balanços, e a Marisa, do setor de vestuário, optou por reescalonar a dívida de R$ 600 milhões fora do âmbito judicial.
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