Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recorreram a um método nada convencional para tratar a Covid-19 em uma paciente com uma doença genética rara que torna seu sistema imune incapaz de combater vírus e outros patógenos.
Durante uma semana, ela foi orientada a ingerir 30 mililitros de leite materno – de uma doadora vacinada contra o SARS-CoV-2 – a cada três horas. Após esse período, o resultado do teste de RT-PCR – que há mais de 120 dias vinha indicando a presença do RNA viral – finalmente veio negativo.
O caso foi relatado em artigo publicado na revista Viruses. “Tenho acompanhado essa paciente desde criança e quando ela me contou que estava com COVID-19 eu fiquei muito apreensiva. O erro inato da imunidade que ela apresenta deixa seu sistema de defesa todo desregulado. Sua resposta inflamatória é deficitária, há poucas células se mobilizando para o local da inflamação e baixa produção de anticorpos. As características de virulência dos agentes infeciosos podem levar a dois desfechos nesses casos: infecção crônica ou morte”, conta a pediatra Maria Marluce dos Santos Vilela, professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Unicamp) e autora principal do artigo.
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