(Imagem: Canva.com)
Por Hélio Júnior. Mestre em comunicação
“Imagine que dupla difícil de ser combatida. Fake news seguida da fake opinion. O “eu acho que” baseado em algo irreal…”. Portal Comunique-se publica artigo de Hélio Júnior
Muito tem se falado nos últimos tempos sobre os prejuízos das chamadas fake news, bem como a necessidade de combater a criação e o compartilhamento destas falsas notícias, que podem trazer diversos prejuízos. Um deles, muitas vezes, passa despercebido. É o que podemos chamar de “opinião falsa”. Sim. É fake opinion. Mas como assim uma opinião falsa? A facilidade na divulgação da informação levou também a facilidade de opinar e diversos canais para que ela tenha destaque, seja na rede social ou onde quer que seja. Hoje em dia todo mundo tem opinião para tudo. Em um mundo cheio de informação e possibilidades, isso é até normal. Diante de tanta exposição surgem os julgamentos, comentários e análises.
O problema é quando essa opinião é baseada em uma fake news. Já parou para pensar? Como opinar em cima de um fato que simplesmente não existe? Que é fake? Este é um tema que estudiosos da área precisam se debruçar e que todos devemos ter consciência da sua existência. Opinião pessoal, sobre gostos, cores, bebidas, comidas, desejos, é uma coisa. Opinião sobre política, sobre economia, sobre casos do cotidiano que podem mudar a vida das pessoas, é outra. Tem gente que simplesmente pega uma fake news e é capaz de fazer comentários fortes e severos em cima de algo que simplesmente não existe, que é falsa. Imagine que dupla difícil de ser combatida. Fake news seguida da fake opinion. O “eu acho que” baseado em algo irreal. Um juízo de valor de algo inexistente disseminado para o maior número de pessoas possível.
Para formar opinião é preciso ter informação e esta precisa ter qualidade. Podemos aproveitar para citar também o jornalismo opinativo, importante mecanismo de se aprofundar e explicar as informações, refinar, depurar. Seja profissionalmente ou opiniões em mesa de bar, nas redes sociais, elas precisam ter o mínimo de embasamento, principalmente se esta pode interferir na vida das pessoas, denegrir imagens e ajudar a formar outras opiniões. Até pessoas inteligentes e com boa desenvoltura em escrita e comunicação podem cair nesta tentação.
“Para formar opinião é preciso ter informação e esta precisa ter qualidade. Podemos aproveitar para citar também o jornalismo opinativo, importante mecanismo de se aprofundar e explicar as informações, refinar, depurar”
Como se não bastasse a notícia falsa, vem a enxurrada de opiniões, de juízo de valor, em cima de algo inexistente. Portanto, além de checar e de se preocupar com as notícias falsas, devemos também estar atentos a “essa é a minha opinião”, “todo mundo tem direito a opinião”, “é preciso respeitar minha opinião”. Isso tudo é verdade e a liberdade de expressão deve ser sempre defendida e respeitada. Só é preciso ter cuidado quando ela é totalmente baseada em algo que não existe. Assim, ela não passará de uma fake opinion.
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Por Hélio Júnior. Mestre em comunicação. E-mail: hjcaruaru@gmail.com.
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