O diálogo entre o agora mais novo senador da República, Wilder Morais (DEM-GO), e o contraventor Carlinhos Cachoeira, captado pelos grampos da Operação Monte Carlo é marcante:
Cachoeira: Fui que te pus na suplência, essa secretaria, fui eu. Você sabe muito bem disso.
Wilder: Carlinhos, deixa eu te falar um negócio procê. Pensa um cara que nunca teria, enfim, encontrado um governo, que nunca teria sido b.... nenhuma, cara. Você tá falando com esse cara.
Em razão de tanta ênfase, que o próprio Wilder, agora, tenta suavizar, ele terá de dar "esclarecimentos convicentes" ao seu partido, o Democratas, segundo palavra do presidente da legenda, José Agripino Maia. Caso contrário, poderá receber o mesmo tratamento dado pelo partido a Demóstenes Torres, que foi sumariamente expulso da agremiação logo nos momentos seguintes à descoberta de suas ligações com Cachoeira. Para se garantir, o novo senador já realiza consultas sobre suas chances de trocar de partido e ir para o PSD, legenda do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, se a sua situação no DEM se agravar.
Abaixo, reportagem publicada no portal G1 sobre o posicionamento do presidente do DEM:
O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), afirmou nesta sexta-feira (13) que espera que o novo senador da legenda Wilder Morais (GO) tenha "esclarecimentos convincentes" sobre sua suposta ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Wilder Morais tomou posse em uma rápida cerimônia na manhã desta sexta no Senado. O empresário é primeiro suplente de Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado pelo plenário na última quarta-feira (11) por quebra de decoro parlamentar.
Demóstenes é suspeito de ter usado o mandato parlamentar para beneficiar os negócios do contraventor , preso em fevereiro pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo. Demóstenes era do DEM, mas pediu a desfiliação do partido assim que as denúncias de ligação com Cachoeira vieram à tona.
"Eu fui comunicado por ele [Wilder] que ele vai responder a todos os fatos. Não me disse como, nem onde, mas como senador ele tem mecanismos para isto. O que o partido espera, e acredita, é que os esclarecimentos sejam convincentes", disse o presidente do DEM ao G1.
Agripino, que está no Rio Grande do Norte, disse que não sabia que Wilder Morais iria tomar posse na manhã desta sexta-feira. O senador disse que ficou sabendo da posse por meio de um telefonema que recebeu do próprio Wilder.
"Ele me ligou meia hora depois para me dizer que tinha tomado posse e que iria responder todas as denúncias. Ele disse que tem argumentos suficientes para responder a todos os fatos. E o partido confia que sim", reforçou o presidente do DEM.
Wilder Morais chega ao Senado alvo de um requerimento do PSOL, que pede que ele preste explicações à CPI Mista que investiga as relações do contraventor com políticos e empresários. Ele usou sua página no microblog Twitter para explicar o áudio gravado pela Polícia Federal que mostra suposto elo com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
"Ao contrário do que vem sendo divulgado, o meu real propósito não foi mostrar gratidão, mas pôr fim a uma conversa bem constrangedora", publicou o atual secretário de Infraestrutura de Goiás, na noite desta quinta-feira (12). De 247
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