Entenda a evolução dessa terapia para câncer que está cada vez menos tóxica, apesar de ainda ter efeitos colaterais consideráveis
O mais tradicional tratamento oncológico, a quimioterapia, foi descoberto acidentalmente na Segunda Guerra Mundial. Soldados expostos à mostarda nitrogenada (no estado gasoso), que era então usada como arma de guerra, apresentavam queda nos glóbulos brancos sanguíneos. Especialistas testaram a substância como forma de tratamento para cânceres no sangue e os resultados foram surpreendentes, originando a quimioterapia.
Desde então, muita coisa mudou na medicina e a primeira terapia a combater a multiplicação das células cancerígenas, difundida no Brasil em meados dos anos 70, está muito diferente do que permanece no imaginário da população. Um exemplo disso é a crença de que todo paciente submetido à quimioterapia perde o cabelo.
Segundo a oncologista Dra. Fátima Dias Gauí, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), existem casos em que ainda há queda de fios, mas depende do tipo de quimioterápico recomendado para determinado câncer. No tratamento do câncer colorretal, por exemplo, o paciente não fica careca. "Quando o câncer está avançado e é necessário administrar um quimioterápico com alta taxa de resposta, os eventos adversos podem ocasionar maior impacto na qualidade de vida do paciente, os fios podem cair, mas agora existe uma touca resfriada que inibe a queda, o que reduz significativamente as chances de o paciente perder os cabelos".