A poucos dias do julgamento ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, marcado para quarta (24), Michel Temer diz que é melhor que o petista seja derrotado politicamente para não ser “vitimizado”.
À Folha Temer afirma que seria ideal o lançamento de um único candidato de centro, mas evitou falar qual seu preferido entre Henrique Meirelles(Fazenda), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). A entrevista foi dada aos jornalistas Gustavo Uribe e Marcos Augusto Gonçalves na Folha de S. Paulo.
Folha – Como vê o julgamento Lula? Seria melhor que concorresse às eleições deste ano?
Michel Temer – Não posso dizer uma coisa que está sob apreciação no TRF. Agora, acho que se o Lula participar, será uma coisa democrática, o povo vai dizer se quer ou não. Convenhamos, se fosse derrotado politicamente, é melhor do que ser derrotado (na Justiça) porque foi vitimizado. A vitimização não é boa para o país e para um ex-presidente. Faço isso com todas as ressalvas, para não parecer que estou interferindo.
Se o Lula não for candidato, o que muda no cenário eleitoral?
Muda um pouco porque ele está sempre cotado em primeiro lugar nas pesquisas. Evidentemente que isso vai agitar o meio político para saber quem é o candidato de centro que possa harmonizar e reunificar o país. Por mais que se diga que o povo quer assim ou assado, ele [povo] vai procurar alguém que seja capaz de continuar as reformas.
O centro deveria ter um candidato único?
Se fosse possível, seria útil.
Por que “se fosse”? Não acredita?
Eu não acho fácil, mas isso não me desautoriza a pregar o ideal. O ideal seria isso.
O senhor acha ideal para o governo ter um ministro da Fazenda e o presidente da Câmara dos Deputados em picuinhas eleitorais?