O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nessa quinta-feira (18) que as eleições presidenciais brasileiras deste ano podem ver como vencedor um "Hitler, Trump ou Macron", em clara crítica ao atual distanciamento entre a sociedade e a classe política. O tucano, que comandou o Brasil entre 1994 e 2002, apontou o receituário que ele considera essencial para um bom presidente para o país após o pleito, marcado para outubro deste ano. "Tem que ser alguém que toque as pessoas com as palavras, mas com algumas regras de democracia e bem-estar, que tenha compromisso com o país", afirmou FHC, em entrevista concedida à Rádio Bandeirantes. "O discurso tem que ter razão e não só emoção, que conduza a pessoa pelo motivo certo e não pelo errado", continuou, em uma crítica que pareceu velada aos dois nomes preferidos pelo eleitorado neste momento, de acordo com recentes pesquisas: Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e Jair Bolsonaro (PSC).Defensor da indicação do governador paulista Geraldo Alckmin como o presidenciável do PSDB nas próximas eleições, FHC foi além ao pregar a necessidade que os políticos se reconectem com a população. Para ele, a sociedade está cansada. "As pessoas estão cansadas de tanta confusão: é violência, crime, roubo. Nós precisamos voltar a acreditar no país, que já passou por muita coisa. Precisamos olhar para frente, para o futuro. Estamos em um momento em que é preciso conectar os políticos com a população", disse. É tal desconexão entre partidos políticos e as demandas populares que aumenta o temor do tucano que alguém que relembre o líder nazista Adolf Hitler, o magnata e presidente dos EUA Donald Trump, ou do ex-banqueiro e presidente da França Emmanuel Macron, acabe eleito. "O mundo todo está sofrendo esse desgaste porque a democracia social mudou, assim como a sociedade. A demanda das pessoas aumentou, elas querem mais", explicou. (Notícias ao Minuto)
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